O combate ao assédio sexual no ambiente de trabalho
Coluna foi publicada nesta terça-feira (02)
O assédio sexual no ambiente de trabalho é um problema grave e persistente que afeta milhares de mulheres. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que 52% das mulheres economicamente ativas já foram assediadas sexualmente.
Os dados ressaltam a seriedade do problema e a necessidade de atenção e discussão para enfrentá-lo de maneira eficaz. A Lei nº 14.457/2022, que altera a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e institui o programa Emprega + Mulheres, representa um passo significativo na promoção de ambientes de trabalho seguros e respeitosos.
A legislação exige que empresas com Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) implementem ações específicas de prevenção ao assédio e estabeleçam canais de denúncia eficazes. Essa medida visa proteger de comportamentos inadequados e promover uma cultura organizacional baseada no respeito e na diversidade.
Os setores tradicionalmente masculinos, como a indústria, construção civil, engenharia e tecnologia, são especialmente propensos ao assédio sexual devido à desigualdade de poder e a cultura machista que ainda persiste.
Mulheres em áreas de atendimento ao público também estão vulneráveis, enfrentando assédio por parte de clientes, colegas ou superiores hierárquicos.
Profissionais da saúde, assistência social e entretenimento, igualmente enfrentam altos riscos de assédio devido ao contato com pacientes, clientes ou à objetificação sexual.
Os tipos de assédio sexual variam desde o assédio verbal, com comentários de natureza sexual até o assédio físico, que inclui toques indesejados e tentativas de beijos ou carícias sem consentimento. Assédio não verbal, como olhares insinuantes e envio de mensagens sexualmente explícitas, e assédio virtual, incluindo cyberbullying.
A implementação de canais de denúncia é essencial para garantir que os trabalhadores se sintam seguros ao relatar casos de assédio. Esses canais devem ser acessíveis, eficazes e garantir a confidencialidade e imparcialidade no tratamento das denúncias.
Todas as queixas precisam ser investigadas de forma adequada e transparente, assegurando que as vítimas recebam o suporte necessário e que os assediadores sejam responsabilizados por suas ações.
É crucial que as empresas desenvolvam políticas claras e diretrizes que promovam um ambiente de trabalho seguro e de respeito. Oferecer treinamentos regulares sobre assédio e combate à violência no ambiente do trabalho, suas consequências e os procedimentos para relatar incidentes é uma maneira eficaz de sensibilizar os colaboradores e prevenir comportamentos inadequados.
Além disso, as empresas devem assegurar que as políticas internas sejam comunicadas e compreendidas por todos, garantindo a ciência sobre direitos e as medidas de proteção disponíveis. Ambientes de trabalho saudáveis e produtivos são mais propensos a atrair e reter talentos, além de melhorar o desempenho e a satisfação geral dos colaboradores.