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TRIBUNA LIVRE

Nossas cidades

Coluna foi publicada no domingo (21)

Pedro Valls Feu Rosa | 22/07/2024, 11:11 h | Atualizado em 22/07/2024, 11:11
Tribuna Livre

Leitores do Jornal A Tribuna



          Imagem ilustrativa da imagem Nossas cidades
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo |  Foto: Divulgação

Há alguns dias, li um fascinante relatório produzido pelo Conselho de Inteligência dos EUA. Trata-se de um documento intitulado “Tendências Mundiais 2030”. Um dos cenários mais fortemente destacados é o da “urbanização” do mundo. Aos números: em 1950 apenas 30% da população viviam em cidades. Atualmente, são 50% e está previsto que, em 2030, serão cerca de 60%.

Detectou-se que nove países se destacarão nesse processo, contribuindo com nada menos que 26% do crescimento urbano. São eles: Bangladesh, Brasil, República Democrática do Congo, Indonésia, México, Nigéria, Paquistão, Filipinas e EUA. Tradução: podemos esperar, no nosso País, um processo de urbanização bem mais acelerado que a média mundial.

Esse fenômeno traz oportunidades incríveis, dado o aumento de demandas por obras e serviços. Calcula-se, por exemplo, que o volume de construções nos próximos 40 anos vai superar a soma de tudo que já se construiu ao longo de toda a história. Daí estimar-se que as cidades serão responsáveis por nada menos que 80% do crescimento econômico previsto nos próximos 17 anos.

Ao ler esse estudo, me recordei de um livro que li há alguns anos, de autoria do economista japonês Kenichi Ohmae. Dizia ele, em resumo, que grandes cidades podem ser ferramentas de desenvolvimento de vastas áreas ao redor e citou os casos de Shanghai, Guangdong, Hong Kong, Cingapura e outras tantas pelo mundo afora.

Há, porém, e eis aí o alerta feito, que se providenciar a melhor infraestrutura possível. Essas cidades devem ter energia e comunicações fartas e baratas, transporte público eficiente, ordem tributária simplificada e sistema legal ágil.

Caso isso não seja alcançado, o que deveria ser um milagre de desenvolvimento transforma-se em um emaranhado de problemas. E está lá, naquele livro, a orientação do que não se deve fazer, baseada nos exemplos de alguns países – o Brasil incluído.

São cidades imensas e ricas, com potencial fabuloso, mas cujas redes viária e de transportes são precárias, que padecem sob sistemas tributários e legais confusos e obsoletos, e que não foram contempladas com redes de energia e comunicações modernas e eficientes.

Os resultados dessa cegueira gerencial aparecem na forma de cinturões de miséria, bloqueando o que deveria ser uma fronteira de desenvolvimento. Também se manifestam no alto grau de informalidade da economia e nos elevados índices de criminalidade.

Acredito que uma simples visita a qualquer grande cidade brasileira seja suficiente para percebermos que nos encaixamos, sim, no exemplo do que não se deve fazer para se obter progresso econômico sustentável e de longo prazo – são desnecessários maiores comentários sobre esse aspecto.

Penso que não devemos nutrir a ilusão de que mudaremos todo o País. Mas podemos, sim, participar mais ativamente da vida de nossas pobres cidades, tornando-as mais lógicas, dinâmicas e preparadas para o futuro venturoso que se prenuncia – e, com isso, por via reversa, estaremos começando a mudar todo o Brasil.

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