Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Tribuna Livre

Tribuna Livre

Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Os civilizados

Confira a coluna de domingo (16)

Pedro Valls Feu Rosa | 17/03/2025, 14:33 h | Atualizado em 17/03/2025, 14:33

Imagem ilustrativa da imagem Os civilizados
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo

Dia desses lia sobre o sequestro de noivas, uma prática comum no Quirguistão e no Turcomenistão. O noivo ou sua família selecionam uma mulher pelas ruas e a sequestram. Uma vez capturada ela é forçada a consentir com o casamento. Muitas vezes a própria família da vítima é contactada para, a troco de indenizações em dinheiro, ajudar no processo de convencimento.

Na Etiópia e em Ruanda é pior. As mulheres são sequestradas e em seguida estupradas. Neste caso as próprias famílias das vítimas forçam o casamento, a troco de dinheiro.

É mesmo dura a vida das mulheres pelo planeta afora. Quando uma delas não consegue casamento, recusa-o ou busca encerrá-lo, não raramente passa a ser vítima de “homicídios por motivo de honra”. Assim, a cada ano cinco mil noivas são assassinadas na Índia porque suas famílias não conseguiram arranjar um dote adequado para o casamento.

Em alguns locais da China, quando morre um homem solteiro, muitas vezes entra em ação um sinistro serviço destinado a conseguir uma noiva-fantasma para ele. Uma jovem qualquer é morta e adquirida pela família do defunto, normalmente por valores em torno de R$ 3 mil, para que, enterrada ao lado dele, o acompanhe pelo além.

E que dizer da violência doméstica? Em algumas regiões da Índia, do Paquistão e do Bangladesh as mulheres são massacradas não a tabefes ou porretadas, mas a querosene e fogo. No Afeganistão os maridos optaram pela tática de jogar ácido na face das infelizes esposas, desfigurando-as para sempre - e muitas vezes cegando-as.

Há também o tráfico de mulheres. As infelizes são capturadas na Albânia, Moldova, Romênia, Bulgária, Rússia, Belarus e Ucrânia e traficadas para lugares civilizados como a Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Reino Unido, Grécia, Turquia, Israel, Emirados Árabes Unidos e EUA. Apenas na União Europeia cerca de 500 mil mulheres vítimas deste tráfico são forçadas a viver na prostituição.

Mulheres já viraram até moeda de troca. Em algumas partes de Gana um devedor pode entregar em pagamento uma filha jovem e virgem, a fim de que ela sirva como escrava sexual na família do credor. Este “meio de pagamento”, pasmem, é aceito até em templos.

No Irã o quadro é ainda pior. Exemplifico com o caso da mulher de 22 anos estuprada pelos irmãos e condenada à morte por apedrejamento como culpada de incesto. Vem também daquele país o caso da mulher que recorreu aos tribunais pedindo que o número de surras que levava do marido fosse limitado. Entrevistada, declarou: “eu só quero que ele me prometa que as surras acontecerão no máximo uma vez por semana, pois já não estou suportando apanhar todos os dias”.

Enquanto isso, na civilizada Inglaterra, surras são utilizadas para comemorações em seguida a jogos de futebol – o número de esposas agredidas em seguida aos jogos da seleção inglesa sobe em média 31%.

Dizem alguns que vivemos em um mundo civilizado. A eles as palavras de Auguste Rodin: “a civilização não é, em suma, senão uma camada de pintura que qualquer chuvinha lava”.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

SUGERIMOS PARA VOCÊ: