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Leitores do Jornal A Tribuna

Hotel Porto do Sol fez história

Coluna foi publicada no sábado (02)

Fabrício Araújo Faustini | 02/09/2024, 12:44 h | Atualizado em 02/09/2024, 12:44

Imagem ilustrativa da imagem Hotel Porto do Sol fez história
Hotel Porto do Sol |  Foto: Acervo pessoal

O ano era 1984. Depois de quatro anos de obras, um ícone da hotelaria capixaba ficou pronto. Uma referência de engenharia, arquitetura, bom gosto, sofisticação e serviços hoteleiros de qualidade numa cidade que apontava como importante destino turístico. A inauguração contou com show de Dick Farney, astro da música romântica e precursor da bossa nova.

O Hotel Porto do Sol de Vitória apresentava-se imponente, majestoso e dava orgulho aos seus idealizadores, funcionários e hóspedes que tinham o privilégio de se hospedar na melhor estrutura hoteleira daquele tempo no Estado.

O primeiro hotel de luxo de Vitória transformou o cenário na entrada de Jardim Camburi, bairro que passou a ser o mais habitado da capital, décadas depois. A hospedagem era a escolhida por 10 entre 10 famosos em uma época glamorosa. Além dos tradicionais apartamentos, havia a suíte presidencial e outras duplex disponíveis para os felizardos. Seus apartamentos serviram também para milhares de casais que ali escolhiam passar a noite de núpcias.

Como gerente operacional, vivenciei tudo aquilo bem de perto. A equipe do hotel era bem formada, treinada, comprometida e orgulhosa. Isso refletido no exemplar atendimento prestado por cerca de 300 funcionários. Por anos, o hotel chegou a ter uma das maiores médias de ocupação do País. O perfil dos hóspedes era bem variado, com uma característica comum e confortante: sempre voltavam!

Estar no hotel, não importava para se hospedar, frequentar seus bares ou restaurantes (as feijoadas aos sábados inesquecíveis), participar de eventos, milhares deles internacionais, jogar nas quadras, curtir a melhor sauna da cidade, tudo era sinônimo de bem-estar.

O hotel foi inovador. Todos os móveis foram feitos na própria marcenaria da obra e permanecem até hoje intactos. No projeto de interiores, tudo foi construído minuciosamente para o controle da acústica. Um garfo caído em cima da mesa de jantar, por exemplo, uma pessoa sentada ao lado não ouviria.

As luminárias eram exclusivas, projetadas apenas para o hotel e vieram de São Paulo, um luxo, novidade em Vitória. João Dalmácio, idealizador do hotel, era extremamente caprichoso e tinha um padrão de pensamento em 360º, ou seja, estava atento a tudo.

O Porto do Sol foi um projeto minucioso e feito sob as mãos de talentos de todo o Brasil. O arquiteto e urbanista carioca Paulo Casé (do Hilton e Marriott do Rio de Janeiro), foi o responsável pela inovação. A primeira logomarca foi criada pelo cartunista Ziraldo, hóspede ilustre.

O hotel centralizava as grandes atividades que ocorriam nos anos 1980 e 1990. Grandes comemorações eram realizadas. Réveillon, Dia das Mães e Namorados eram disputados, desfiles de moda e uma infinidade de acontecimentos que deixaram saudades.

Hoje, as grandes redes de hotéis dominam o setor. Porém, as histórias vivenciadas naquele espaço vão permanecer na memória de gerações de capixabas saudosos numa época em que a emoção e o deslumbre da hospedagem superam a padronização e a rapidez atual. Era bem melhor!

- Fabrício Araújo Faustini é turismólogo e especialista em Administração

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