Artesanato: economia tecida a mãos e o seu protagonismo
Coluna foi publicada nesta quarta-feira (28)
As cores, as texturas, a mistura de produtos e materiais ancestrais. O artesanato não é apenas uma arte que nasce da história de um povo, mas também exerce um papel atual como o combustível de um desenvolvimento econômico que beneficia milhares de famílias. Esses produtos, frutos de habilidades hereditárias, transmitem não apenas técnicas tradicionais, mas também estilos de vida distintos.
O reconhecimento do artesanato nacional vem tomando notoriedade no mercado, onde produtos autênticos são cada vez mais valorizados.
Segundo dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no último ano, o artesanato movimentou em torno de R$ 100 bilhões – cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Esse valor foi produzido por cerca de 8,5 milhões de artesãos que ocupam todas as regiões do País.
Cada região do País possui suas próprias tradições ligadas às características naturais e culturais. No Espírito Santo, com uma das capitais mais antigas do Brasil, existe a tradição da produção manual de diversos produtos. Desde a panela de barro, que é reconhecida como patrimônio cultural do Brasil, até a confecção da casaca, o fuxico e a famosa renda de bilros.
O artesanato capixaba possui influências indígenas, africanas e de diversos imigrantes. Mas, claro, sempre demonstrando a personalidade brasileira. As produções podem ser encontradas em cerâmica, metais, tecelagem, pedras, reciclados e couro. Assim, esses materiais dão vida a joias, roupas, decoração para casa etc. Independentemente do produto, o resultado sempre será uma obra de arte.
Segundo o governo do Estado, cerca de 12 mil artesãos estão cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab). Contudo, aproximadamente 40 mil pessoas trabalham com artesanato no Estado sem o registro. Esse trabalho realizado movimenta cerca de R$ 2 bilhões, por ano, na economia do Espírito Santo.
Essa realidade é uma consequência do mundo atual, onde a produção das artes é feita em massa. A valorização do artesanato é a contrapartida que os apaixonados pelo design e pela arte encontraram para garantir personalidade e características únicas no ambiente.
Com a automatização da confecção de diversos produtos, a partir da integração das impressoras 3D e as Inteligências Artificiais, produtos feitos à mão agregam ainda mais no valor da peça, uma vez que cada produção acaba se tornando única.
E foi a partir dessa relevância nas produções do Estado que eu criei a ArteSanto, a Feira Nacional do Artesanato. Atualmente, a feira, que está em sua 12ª edição, reunirá mais de 400 artesãos de diversas regiões do Brasil em um único lugar: Vitória. A próxima edição já está marcada para acontecer do dia 13 até 22 de setembro em uma megaestrutura montada na Praça do Papa.