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Horror em rede

Coluna publicada na edição deste sábado, do jornal A Tribuna

José Antonio Martinuzzo, do Jornal A Tribuna | 18/04/2023, 13:37 13:37 h | Atualizado em 18/04/2023, 14:46

Imagem ilustrativa da imagem Horror em rede
Cidades Especial de CIdades "Não podemos abrir mão dos encontros pessoais" Na foto José Antonio Martinuzzo, doutor em comunicação e psicanalista Foto: Leone Iglesias Especialista explica que atualmente a sociedade vive uma crise de laços, causada pelo isolamento digital que foi acelerado pela pandemia |  Foto: A Tribuna

Como num filme de terror, os discursos de ódio formam tanto os odiadores quanto os odiados. Palavras odientas escrevem um roteiro protagonizado por opressores e vítimas numa cultura de morte.

Não é à toa que a mancha de sangue dos massacrados pelo horror banalizado se espraie mais e mais pelo território nacional à medida que as pulsões da maldade ganham os holofotes de celebridades e lideranças, tornando-se energia que movimenta o dia a dia turbinado em redes antissociais.

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A dramática estatística de ataques em escolas mostra a ascendência da curva da morte nesses ambientes. Há registros em Realengo (RJ), 2011; Goiânia (GO), 2017; Medianeira (PR), 2018; Suzano (SP), 2019; São Paulo (SP), 2019; Caraí (MG), 2019; Saudades (SC), 2021; Rio de Janeiro (RJ), 2022; Barreiras (BA), 2022; Sobral (CE), 2002; Aracruz (ES), 2022; São Paulo (SP), 2023; e Blumenau (SC), 2023.  

Nessa marcha insana rumo à desumanização, o avanço grotesco das sombras sobre nosso cotidiano, transformando crescentemente a vida numa longa noite escura, é patrocinado pelo culto às armas, pela normalização das violências como uma forma de laço social, pela exibição orgulhosa de preconceitos os mais diversos e, especialmente, pela transformação do outro que seja diferente ou mais fraco em mero objeto das mais indignas capacidades de um ser vivente.

O mal se alimenta do discurso que o normaliza e o premia, de palavras que acendem o potencial de violência presente em cada um e de discursos que aplaudem os feitos mortíferos. 

Nesta era de digitalidade vertiginosa, a tragédia também se conecta em redes de perversão e malignidade. Qual o porquê do ódio? Eis uma pergunta que se impõe nestes tempos de tanta violência. 

Primeiramente, é preciso saber que o ódio é afeto manipulável com os fins mais diversos, de motivações político-eleitorais à monetização e ao engajamento nas redes sociais.

É preciso saber que ninguém nasce humano, pois chegamos à luz apenas potencialmente humanos. Fora de uma civilização humanística, assentada na defesa intransigente da dignidade de todos, sobressai a animalidade que atravessa a nossa carne, manipulada tão eficazmente a serviço daqueles que nadam de braçada no sangue derramado do semelhante tornado alvo.

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Segundo Freud, somos criaturas originalmente agressivas, instadas a se civilizar sob pena de extinção da espécie. “Em consequência dessa mútua hostilidade primária entre os seres humanos, a sociedade civilizada se vê permanentemente ameaçada de desintegração”, escreveu. 

Num tempo em que o ódio virou commodity nos mais variados mercados da perversidade epidêmica, o risco chega a níveis dramáticos. Hannah Arendt sugere que o mal ganha espaço à medida que abrimos mão de nossa peculiaridade dentre os animais, sintetizada nas habilidades de “pensar, querer e julgar”. 

Ao desprezarmos essas marcas do “espírito” humano, caminhamos para a banalidade do ódio, rumo à “banalidade do mal”. Um mal que tem atacado exatamente as escolas, onde se semeiam as bases e se transmitem os fundamentos da civilização humanística.

José Antonio Martinuzzo é professor, doutor em Comunicação, psicanalista e membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória

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