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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Chorinho, música urbana brasileira

Os historiadores concordam em geral que o choro ou chorinho brasileiros é um estilo peculiar de interpretar diversos gêneros musicais

Manoel Goes | 22/04/2023, 12:16 12:16 h | Atualizado em 22/04/2023, 12:16

Tido como o “pai do choro”, Joaquim Callado Jr foi um exímio flautista negro que organizou na década de 1870 um grupo de músicos com o nome de “Choro do Callado”.

Os historiadores concordam em geral que o choro ou chorinho brasileiros é um estilo peculiar de interpretar diversos gêneros musicais. No século XIX, muitos gêneros europeus como a polca, a valsa, o schottisches, a quadrilha, entre outros, eram tocados pelos chorões de maneira original. Desse estilo de tocar consolidou-se o “gênero” do choro.

Viajando um pouco mais na história da música instrumental brasileira, lembremos de Jacob do Bandolim (1918/1968), um dos grandes da nossa música. Poucos como Jacob conseguiram tanto prestígio e reconhecimento fazendo música instrumental. Era filho de um capixaba, o farmacêutico Francisco Bittencourt, com a polonesa Sara Raquel Pick. Nascido no Rio de Janeiro, na boêmia Lapa. Faleceu novo aos 51 anos.

Por ser um gênero musical tipicamente carioca, o choro passou por inúmeras transformações fundamentais junto com a história do Brasil, dentre elas, a inquietação que se segue à Guerra do Paraguai (1864/1870), que levaria à abolição da escravidão, à instituição do regime republicano, às reformas urbanas e às grandes transformações culturais, sendo o primeiro gênero musical instrumental brasileiro. Importante citar o grande Paulinho da Viola, o único ícone do choro, ainda entre nós. Foi o seu pai, o violonista Cesar Faria, quem o iniciou no gênero. E ele nunca deixou de compor e interpretar choros. E diz sempre que é o gênero musical que mais o comove dentro da música popular brasileira. 

A grande homenagem no Dia do Choro fica por conta da data de aniversário do mestre Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Filho - 1897/1973), em 23 de abril. Ícone maior da música brasileira em todos os tempos, e em especial do choro. Compositor, instrumentista, regente, arranjador e um dos pilares da moderna música popular brasileira. Com 11 anos de idade já tocava cavaquinho, tinha ouvido excelente, todos gostavam de vê-lo tocar. Já despontava desde cedo o grande músico que se tornaria. Muitos o tratavam, e o tratam de São Pixinguinha, tamanhas a sua doçura e bondade, inigualável!

Após seis anos de espera, está sendo realizado até domingo (23) aqui em “terras capixabas”, organizado pelo incansável ativista cultural Raimundo Oliveira, a 19ª edição do Festival de Música de Botequim (Femusquim), na comunidade do Morro do Alagoanos em Vitória, com muita comida de boteco, chorinho e samba de raiz, apresentado por talentosos artistas capixabas. Segundo historiadores e críticos musicais, o ritmo instrumental choro ou chorinho é considerado um dos mais originais, sendo o primeiro ritmo urbano do Brasil, produzido no âmago das classes populares, carregado de criatividade, lirismo, diversidade e ginga brasileiras.

Manoel Goes Neto é escritor, gestor cultural e diretor no Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES)

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