Você não está sozinho na sua dor
Coluna publicada no jornal A Tribuna
A solidão é um dos grandes males da humanidade. O sentimento de estar sozinho, desacompanhado e sem ter a quem buscar ajuda faz com que muita gente sofra de forma mais ou menos intensa. Às vezes, a solidão acontece junto com um processo de depressão. As duas situações se misturam numa influência mútua e negativa.
É verdade que a dimensão solitária da existência é irrenunciável, nós não temos como fugir da verdade de que estamos sozinhos no sentido das nossas escolhas e daquilo que teremos que passar, de bom ou de ruim.
Às vezes, alimentamos a ilusão de que alguém vai acabar com nossa solidão. Entramos em determinados relacionamentos buscando a companhia de alguém, mas o outro é limitado. Ninguém supre o outro de tudo o tempo todo por mais que se queira ajudar, mesmo porque, cada um tem a sua história e a sua busca.
Você nasceu sozinho e vai morrer sozinho. As suas dores mais difíceis e mais inexplicáveis você as viverá sozinho. Elas fazem parte da sua história e do seu crescimento espiritual, independente de acreditar ou não nisso. Por outro lado, por mais que tenhamos que viver sozinhos determinados aspectos da nossa vida, as pessoas com que convivemos no dia a dia na forma de familiares e amigos nos ajudam a suportar melhor algumas dificuldades.
O círculo de amizade e de relacionamento que mantemos com os outros nos fortalece e anima a seguir em frente. É muito confortável reconhecer que podemos contar com alguém, que podermos pedir socorro a alguém. Saber que não estamos sozinhos melhora a nossa autoconfiança e desperta uma alegria de viver.
Por mais que cada um tenha que viver seus dramas de vida, as nossas alegrias e as nossas dores se entrecruzam o tempo todo. Isso nos torna passíveis de ajudar e ser ajudado o tempo todo. No convívio humano, nossas angustias são diluídas ao conhecer a dor do outro. É verdade que a solidão faz parte da nossa existência, sendo assim, é essencial saber conviver consigo mesmo. Há uma beleza na necessidade do vínculo porque somos seres relacionais, os afetos fazem parte de nós e nos referendam na vida que construímos com os outros.
Algumas vezes a nossa solidão pode se transformar em solitude. E então, deixamos de nos sentir sozinhos e passamos estar só, conseguindo aproveitar da própria companhia, não nos sentindo sozinho de fato.
No crescimento individual, nas conquistas profissionais, o quanto você cuida da sua própria saúde, no amor próprio, no quanto você quer ser feliz, quanto mais você dividir isso com alguém, mais luz você estará colocando na sua vida e na relação com o outro.
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Você precisa desenvolver a capacidade de se amar acima de qualquer outra pessoa para se sentir bem e se cuidar melhor. Seja grato com a vida que tem e seja generoso com as pessoas. Exale positividade, otimismo e confiança.
Agradeça sempre às pequenas bençãos que você tem na sua vida. Quando então você conseguir perceber que é feliz, mesmo estando sozinho, encontrará pessoas na mesma frequência que poderão ajudar a aumentar a felicidade das pessoas à sua volta.
Cláudio Miranda é da Diretoria da ATEFES (Associação de Terapia Familiar do ES), Terapeuta de Família, Psicopedagogo Clínico, Pós-graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP.