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Papo de Família

Papo de Família

Colunista

Cláudio Miranda

Pais frios e sem afeto: você é assim?

A relação afetiva é tão importante e marcante que às vezes ouvimos alguém dizer que gostava mais do pai ou mais da mãe

Cláudio Miranda | 05/06/2023, 14:03 h | Atualizado em 05/06/2023, 14:03

Imagem ilustrativa da imagem Pais frios e sem afeto: você é assim?
Cláudio Miranda é terapeuta de família, de casais, individual e psicopedagogo clínico, pós-graduado pela Universidade de São Paulo (USP). |  Foto: A Tribuna

Na relação entre pais e filhos é necessário que exista um mínimo de afetividade para que haja um bom convívio e uma boa vida. O afeto dos pais é fundamental na estruturação da personalidade da criança e do adolescente.

A falta de amorosidade pode comprometer as relações futuras que a pessoa venha a ter. Toda pessoa guarda em si uma memória afetiva de como foi a relação com seu pai e sua mãe na infância.

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A relação afetiva é tão importante e marcante que às vezes ouvimos alguém dizer que gostava mais do pai ou mais da mãe. Normalmente, o motivo dessa preferência estava relacionado a uma maior expressão afetiva e de amor. 

Assim, um filho pode gostar dos dois pais na mesma intensidade ou pode gostar mais de um do que do outro. Nesse caso, haverá uma compensação da perda que se teve de um dos pais. 

O caso mais grave e preocupante é quando ambos os pais não demonstram seu amor, cuidado e proteção com seu filho.

A sensação de abandono e de desamor é terrível para um filho. Quanto mais nova for a criança, maior poderá ser o abalo emocional e suas consequências. 

Esse desamparo de alguma forma influenciará na vida futura desse filho, aparecendo como insegurança, indecisão e frieza em seus relacionamentos. 

Educar filhos não é somente dar comida, abrigo e escola. O carinho da mãe e do pai traz segurança e sensação de ser amado e querido. 

Pais e mães que não expressam seu amor e ternura poderão desenvolver nos filhos um sentimento de abandono e desamor.  

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Uma vez, ouvi duas garotas de aproximadamente 20 anos conversando:

“Minha mãe não me elogia. Parece que ela tem um bloqueio. Talvez seja porque ela não teve isso na infância... mas ela não deveria ser assim. Não deveria repetir comigo o negativo que ela viveu na vida dela. Vejo que ela é assim com todo mundo. Acho que ela não nasceu pra ser mãe. Minha avó é mais afetiva. Eu acabo que sou assim também, igual a minha mãe; acabei que criei um bloqueio com ela. Eu sentia falta da presença dela na minha vida, mas depois me acostumei. Tudo que vou falar, ela recebe como uma crítica, nunca me elogia. Indiquei ela fazer terapia, mas ela acha que não precisa, acha que está certa em ser do jeito que é. Eu já desisti de tentar me aproximar dela.”

Esse sentimento de não ser querido e de não ser amado, muitos levam para a sua vida adulta e podem se transmutar em outros problemas de ordem psicológica no plano pessoal. 

Pessoas muito frias e secas podem se mostrar como pessoas más e ásperas no trato com aqueles com quem convivem em casa ou no trabalho. 

Se tornam como “cactos humanos”, que devido aos seus espinhos e farpas, ninguém consegue se aproximar e estabelecer um vinculo.

Se você é esse tipo de pessoa, procure mudar, pelo bem de seus filhos e da saúde mental de sua família. 

Com a sua mudança, o primeiro benefício será para você, se tornando mais leve e suave na forma como vê o mundo e como se relaciona com as pessoas. 

Pessoas leves e suaves emocionalmente criam em torno de si uma atmosfera psíquica mais saudável e propícia para a educação de seus filhos.

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