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Olhares Cotidianos

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Colunista

Toda experiência conta

Coluna foi publicada nesta quinta-feira (04)

Sátina Pimenta | 04/07/2024, 10:53 10:53 h | Atualizado em 04/07/2024, 10:52

Imagem ilustrativa da imagem Toda experiência conta
Sátina Pimenta é psicóloga clínica, advogada e professora universitária |  Foto: Heytor Gonçalves / AT

Parei em um café no bairro onde moro para, sozinha, fazer um lanche diferente em um lugar diferente. Uma curiosidade sobre mim é que adoro conhecer lugares novos e experimentar coisas novas, principalmente se for aquela comida que todo mundo acha a mais estranha do cardápio.

Sou daquelas que acham o novo fascinante e que experienciar o mundo é algo que será significativo para a construção do modo como eu o enxergo e como vivo a minha vida.

 Na psicologia, novas experiências também são entendidas como significativas em diversas teorias. Todas as vezes em que nos dispomos a viver algo (ou até mesmo somos obrigados a isso), estamos nos conectando com o mundo externo, e este só passa a ser real quando a conexão acontece e de certa forma influencia a produção de quem somos, ou seja, a produção da nossa subjetividade.

Burrhus Frederic Shiknner, Albert Bandura, Solomon Asch,  Stanley Milgram e os modernos Daniel Kahnemam, Angela Duckworkh e Elliot Aronson, todos sujeitos estudiosos da psicologia e das influências sobre o comportamento humano, relatam a importância das experiências para as tomadas de decisões sobre nós, o outro e o mundo. 

“Mas, Sátina, eu tenho que experimentar de tudo para saber o que quero ou não quero, o que é certo ou errado vou ainda o que gosto e não gosto?”

 Vivenciar tudo não! Eu faço uma brincadeira em sala de aula com meus alunos de Psicologia. Pergunto: “Quem aqui gosta de jiló levante a mão”. Um monte levanta. Continuo: “Permaneça de mão levantada quem não gosta de jiló, mas nunca comeu”. Poucos abaixam a mão. 

Veja! Se eu sei que não gosto de algo amargo e eu sei que jiló é amargo, a minha experiência anterior determinará o meu comportamento de recusar o jiló, ou tudo que for amargo.

Na psicologia, fazemos então associações e generalizações. A experiência do outro também pode se tornar minha. Se vejo, por exemplo, na mídia a consequência do uso de drogas para as pessoas, posso compreender o que ela pode causar a mim e evitá-la.

 Você pode estar se exclamando: “Se fosse assim, ninguém usaria drogas!”. Todavia, lembre-se de que, ao mesmo tempo que eu tenho acesso à mídia, eu também tenho acesso ao coleguinha da balada que faz uso da droga de maneira recreativa e fala que é superlegal usar.

 Ocorre que nós somos somas de experiências! E elas agrupam-se complexamente e alinham-se de maneira diferenciada em cada um de nós, ofertando-nos uma rede de significações e representações singulares que delinearão nossas ações e comportamentos no dia a dia.

 O bom disto tudo é que a todo o momento estamos vivendo novas experiências, e elas podem nos modificar, ou seja, podem nos tornar diferentes do que somos (ou, na verdade, “estamos sendo”). 

Por isso, a psicologia acredita na mudança de todo ser humano, a qualquer tempo. Acredita que, através do contato com experiências que gerem significações positivas (no termo literal da palavra), podemos, sim, ser muito mais felizes neste mundo, (res)significando.

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