Riscos dos assistentes virtuais e como proteger os dados
Confira a coluna de domingo (09)
Os assistentes virtuais, como Alexa, Google Assistant e Siri, se tornaram companheiros frequentes em residências e empresas. Com a promessa de facilitar a vida dos usuários, esses dispositivos executam comandos de voz, controlam dispositivos inteligentes e até realizam compras on-line. Mas será que toda essa conveniência vem sem riscos?
A resposta é não. O uso desses assistentes pode representar um problema sério para a privacidade e segurança dos dados.
Um dos maiores desafios é o fato de que esses dispositivos estão sempre ouvindo. Para funcionar, precisam captar sons ambiente e identificar a palavra de ativação, como “Alexa” ou “Ok Google”.
No entanto, já houve casos em que gravações foram feitas sem o consentimento do usuário. Em 2018, um alemão recebeu, por engano, centenas de gravações de áudio de outra pessoa, revelando conversas privadas. Em 2019, descobriu-se que funcionários terceirizados ouviam áudios captados por dispositivos da Apple e do Google para “melhorar o serviço”. Esses episódios levantaram dúvidas sobre a real segurança das informações coletadas pelos aparelhos.
Outro risco é a ativação involuntária. Há relatos de dispositivos que gravam e enviam mensagens porque entenderam errado um comando. Além disso, hackers podem explorar vulnerabilidades para obter informações sensíveis, como senhas e dados bancários.
Em um cenário ainda mais preocupante, golpistas podem usar engenharia social para enganar usuários, solicitando dados confidenciais sob o pretexto de suporte técnico.
Mas então, como se proteger? Primeiro, é essencial revisar as configurações de privacidade. Nos aplicativos dos assistentes, há opções para desativar o armazenamento de gravações e impedir que os áudios sejam usados para aprendizado de máquina. Também é possível excluir o histórico de voz periodicamente. No caso da Alexa, basta acessar o menu de privacidade e apagar as gravações. Já o Google permite o comando “Ok Google, excluir tudo o que eu disse hoje”.
Outra medida importante é desligar o microfone quando o assistente não estiver em uso. Dispositivos como a Alexa possuem um botão físico que impede a captação de áudio.
No Google Assistant, existe a opção de desativar a ativação por voz nas configurações do aparelho. Além disso, evitar conectar cartões de crédito e não usar os assistentes para informações sensíveis pode reduzir riscos.
Com a evolução da Internet das Coisas, é provável que assistentes virtuais se tornem ainda mais integrados ao nosso dia a dia. Mas essa praticidade não pode comprometer a segurança dos usuários. Empresas precisam ser mais transparentes sobre o uso das informações coletadas, e os consumidores devem adotar práticas que reduzam riscos. A tecnologia é uma grande aliada, mas apenas quando usada com consciência. Afinal, quem está ouvindo pode não ser apenas o seu assistente virtual.
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