Galinha dourada
Coluna foi publicada nesta sexta-feira (18)
Gilmar Ferreira
Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
A cansativa batalha de liminares pelo uso do Maracanã produziu mais um capítulo deprimente para a história do futebol carioca. Mas entendo a disputa pelo equipamento público construído em 1950 para abrigar as torcidas dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro.
É que com o surgimento do plano de sócio-torcedor e o avanço do marketing esportivo aquele “elefante branco” que por anos serviu como cabide de emprego do Estado transformou-se na galinha dos ovos de ouro de Flamengo e Fluminense, sem nunca deixar de ser um patrimônio público.
E aí está o problema, ainda longe de uma solução que agrade a todos. O edital de arrendamento provisório de 2019, feito pelo governador cassado Wílson Witsel, e vencido pelo consórcio formado pela dupla Fla-Flu foi contestado pelo Vasco na Justiça, já naquela época, alegando vícios de direito.
E de lá para cá tem sido renovado de seis em seis meses, sob “Termo de Permissão Onerosa”.
Pelo direito de explorar o bem público, o consórcio que representa a dupla pagou este ano R$ 14.250.519,80, assumindo o custo de manutenção, deveres e direitos.
E dentre os deveres o compromisso de ceder o equipamento para outros clubes cariocas quando houvesse disponibilidade de datas.
Acordo
O problema é que o número de jogos da dupla ultrapassa o máximo sugerido por especialistas em gramados. E é nisso que se escoram para não cumprir o acordado na assinatura da carta compromisso do primeiro edital provisório assinado com o estado.
Relatório técnico do governo sobre a viabilidade do Maracanã apontou em 2020 um potencial de receita anual na casa dos R$ 40 milhões/ano, com gasto de manutenção estimado naquele em R$ 26 milhões/ano.
Dois anos depois, só o Flamengo faturou R$ 548 milhões em receitas com o “matchday” – rubrica que reúne as receitas dos jogos, incluindo direitos de transmissão. Só nessa partida contra o Grêmio, arrecadou R$ 8,7 milhões na bilheteria.
Essa, portanto, é a razão da briga entre Flamengo, Fluminense e Vasco. Os dois primeiros, que há quatro anos agem como dono do Maracanã, alegam que não têm como incluírem mais partidas no calendário.
E o Vasco, que pleiteia doze datas para jogos de maior apelo, contrapõe com a alegação de que, como se trata de um bem público, ele tem o direito de utilizá-lo quando disponível.
Lamento que o Estado seja o único a não saber gerir a galinha dos ovos de ouro.
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Gilmar Ferreira, por Gilmar Ferreira
Gilmar Ferreira é jornalista esportivo com passagem por veículos como O Dia, Jornal do Brasil, Lance! e Extra. Reconhecido por sua apuração e análises sobre futebol, foi também comentarista da Rádio Globo. Atualmente, é colunista do jornal Tribuna e do Tribuna Online, onde escreve sobre clubes, bastidores e o cenário do futebol brasileiro.
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