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Gilmar Ferreira

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Colunista

Gilmar Ferreira

Apesar de Sampaoli…

Coluna foi publicada no domingo (17)

Gilmar Ferreira | 18/09/2023, 11:31 h | Atualizado em 18/09/2023, 11:32

Imagem ilustrativa da imagem Apesar de Sampaoli…
Treinador argentino não convenceu no Flamengo |  Foto: Reprodução/Instagram

A rigor, afora o trabalho na Universidad de Chile e na própria seleção chilena, entre 2011 e 2015, não há até aqui o que justifique a euforia criada em torno da filosofia e do conceito de jogo do argentino Jorge Sampaoli. Ao longo dos oito últimos anos, o que se tem visto em suas passagens por clubes daqui, da Espanha e da França, e até pela seleção argentina, não passa da expectativa alimentada por um ou outro momento de brilhantismo.

E em meio a essa constatação emerge o questionamento que mais atormenta o torcedor do Flamengo para os 180 minutos de confronto com o São Paulo de Dorival Júnior valendo o título da Copa do Brasil: o que há de bom no trabalho de Jorge Sampaoli em seus cinco meses à frente de um elenco de excelente qualidade técnica, experiente e vitorioso? Da estrutura de jogo ao relacionamento com os jogadores, não há no que se apegar.

Tecnicamente, jogador por jogador, o Flamengo tem um time melhor, e em plenas condições de vencer no Rio e em São Paulo – ainda que não possa contar com o talento de Arrascaeta no primeiro confronto. E provavelmente foi isso que norteou a conversa entre eles, a portas fechadas, antes do último treino da semana. Porque a esta altura não há mais o que o técnico possa fazer, a não ser esperar que os jogadores façam a diferença no campo.

O título que se disputa é a chance que os rubro-negros têm de manter a rotina de conquistas, de um troféu por ano, iniciada em 2019. Por isso, as tratativas sobre renovações de contrato, os conflitos internos e a falta de confiança nas ideias do treinador estão sendo deixadas de lado — ao menos nos próximos sete dias. Se será suficiente, ninguém sabe. Mas essa reunião pode, sim, ter sido um divisor de águas num momento crucial para todos eles.

Quando contratado pelo Santos, em 2019, e depois pelo Atlético-MG, em 2020, Sampaoli trabalhou elencos cuja missão era acabar com jejuns incômodos. No Flamengo, recebeu um grupo mais parecido com a seleção de Messi e cia na Copa de 2018. Em meio a jogadores mais renomados não consegue fazer com que suas ideias sensibilizem os comandados. Isso é claro, cristalino, mas não impede o Flamengo de derrubar fortes adversários.

Justamente, porque como vimos no confronto com o Botafogo, há duas semanas, a qualidade individual supera adversidades coletivas. E o atual campeão do torneio mostrou em outros momentos ser capaz de mudar panoramas em questão de minutos. Por vezes, até de segundos.

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