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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

O cuspe é um bom antimicrobiano

Confira a coluna desta terça-feira (11)

João Evangelista Teixeira Lima | 11/02/2025, 13:29 h | Atualizado em 11/02/2025, 13:29

Imagem ilustrativa da imagem O cuspe é um bom antimicrobiano
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

Vivi uma infância lúdica, caminhando pelas matas, correndo pelos morros e nadando pelas praias. Aventuras não faltavam, assim como também não faltavam intercorrências médicas. Qualquer criança que viveu naquela época, conhecia um pequeno arsenal terapêutico, que consistia em urinar na pele fustigada pela urtiga e passar cuspe em pequenos ferimentos.

Esses tratamentos empíricos resultavam em melhora do quadro clínico e motivação para continuar com os folguedos, nutrindo sonhos e gozando prazeres.

Viciados em esperanças, crianças usufruem efeitos, mesmo sem conhecer as causas. Com suas propriedades cicatrizantes e germicidas, o cuspe era um velho aliado da gurizada.

Proveniente das glândulas salivares, a saliva é composta por de água, proteínas e eletrólitos. Entre as proteínas encontradas na saliva, a amilase, os peptídeos e as mucinas são as mais prevalentes.

O pâncreas e as glândulas salivares respondem pela produção dessas substâncias. A maior parte da amilase do corpo está na saliva, mas pode haver um pouco no sangue e na urina.

Peptídeos são uma grande família de proteínas salivares secretados pelas glândulas parótidas e submandibulares, compondo quase 70% da proteína total da saliva. Peptídeos ácidos, por exemplo, formam uma película que ajuda a proteger os dentes.

Além disso, eles fazem parte do sistema imunológico, tendo papéis importantes na resposta do organismo à inflamação e infecção.

Mucinas são macroproteínas que desempenham papel significativo na lubrificação das estruturas bucais, como a língua e gengiva. Elas formam uma barreira física, visando bloquear bactérias, vírus e fungos.

Além disso, a saliva desempenha outros importantes papeis à saúde, como manter a boca e garganta úmidas, proteger as mucosas da cavidade bucal, evitando que se colem umas nas outras, oferecer uma barreira lubrificante, protegendo a mucosa de substâncias nocivas e ferimentos, umedecer a comida para que ela seja mais fácil mastigar e engolir e iniciar o processo de digestão, quebrando os amidos dos alimentos.

Poderíamos também acrescentar outras funções, como o auxílio na fonação e proteção contra infecções. A saliva contém lisozima, enzima que desintegra germes, prevenindo o crescimento excessivo de populações microbianas orais.

Contendo hidroxiapatita de cálcio, a saliva protege os dentes, evitando a desmineralização dessas estruturas.

Atuando na remoção de restos alimentares, a saliva enxagua os dentes. Ela também dilui alimentos ácidos, evitando erosões dentárias, reduzindo o risco de cáries e patologias gengivais.

A saliva tem certas proteínas e fatores de crescimento que trabalham para regenerar o tecido e promover a cicatrização de feridas. Caso alguém morda a parte interna da bochecha, por exemplo, a salivação inicia o processo de cicatrização local.

Observando o beija-flor sugando a saliva da flor, sentimos saudades da infância, época em que o cuspe curava até as feridas do coração.

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