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Doutor João Responde

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Colunista

Dr. João Evangelista

Alzheimer: o declínio da mente

Confira a coluna desta terça-feira (14)

João Evangelista Teixeira Lima, do Jornal A Tribuna | 14/01/2025, 13:23 h | Atualizado em 14/01/2025, 13:36

Imagem ilustrativa da imagem Alzheimer: o declínio da mente
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista

Sentado diante do computador, vasculho meu cérebro em busca de pensamentos que possam me ajudar a escrever uma nova crônica para o jornal A Tribuna. São pensamentos que afirmam, pensamentos que duvidam, pensamentos que refletem.

Atravessando sinapses, eles viajam, buscando sentido, lógica e coerência.

Existem pensamentos adormecidos, que necessitam apenas de um ato de vontade para ser expressados. Outros, residem no desejo e precisam ser materializados para criar vida própria, dando sentido à cognição.

“Afinal, qual é o assunto de hoje?”, indagam meus pensamentos, abrindo as janelas dos neurônios.

Pretendo escrever sobre o esquecimento. Para isso, preciso que vocês esqueçam de esquecer, lembrando que o importante é dizer tudo o que pensam e pensar tudo o que dizem.

“Doença de Alzheimer é uma enfermidade progressiva, associada a um declínio das funções cognitivas do cérebro, essa nossa residência”, informam meus pensamentos. “Mas, pensando bem, vamos deixar você falar por nós”, finalizam eles.

Dedos no teclado, olhos voltados para tela e pensamentos navegando na mente, eu começo a escrever.

De instalação insidiosa e progressão lenta, a doença de Alzheimer afeta, primeira e predominantemente, a memória episódica, com o paciente começando a ter dificuldades em lembrar-se de fragmentos recentes da sua vida, como, por exemplo, onde colocou os objetos, os recados, o que comeu no dia anterior, em que mês ele está.

À perda de memória vão-se juntando lentamente a outros sintomas característicos. Dificuldades de reconhecimento, discursos pobres e desorientações no espaço ficam cada vez mais frequentes.

Com o tempo, começam também a surgir as primeiras alterações do comportamento, sendo frequentes as alucinações visuais e as atividades delirantes, resultando em agitação e agressividade.

Este conjunto de dificuldades aumenta até ser suficiente para a pessoa deixar de viver de maneira autônoma, tendo que ser ajudada em tarefas antes realizadas de forma natural, como cozinhar, vestir-se, lavar-se, lidar com eletrodomésticos ou dinheiro.

Trata-se de uma doença neurodegenerativa, significando que há perda progressiva de células cerebrais ao longo do tempo. O tecido cerebral apresenta cada vez menos células nervosas e vão-se perdendo as conexões entre elas.

Alzheimer não tem cura, uma vez que a morte das células cerebrais não pode ser revertida. Entretanto, existem intervenções terapêuticas que melhoram a vida dos doentes e facilitam o controle da demência, como tratamento de patologias concomitantes, terapia ocupacional e terapêutica medicamentosa, fármacos que podem reduzir os sintomas e ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Nesse momento, um fugaz pensamento sai do meu cérebro e indaga: “Pare de escrever sobre Alzheimer”. “Se um dia você não lembrar de nada, por que continuar lembrando que não lembrará de nada?”.

Talvez seja por que viver é tentar convencer a vida de esquecer de morrer.

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