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Direto da Redação

Direto da Redação

Colunista

Luciano Rangel

Mateus Solano, um alpinista sem cordas na Ufes

Mateus Solano tem atuação monstruosa na peça "O Figurante"

Luciano Rangel | 11/11/2025, 20:16 h | Atualizado em 11/11/2025, 20:37

Imagem ilustrativa da imagem Mateus Solano, um alpinista sem cordas na Ufes
Mateus Solano entregou atuação "monstruosa no Teatro da Ufes |  Foto: Divulgação

Precisamos dos gênios, dos virtuoses. Ver um artista ou um desportista exercendo seu ofício no ápice das potencialidades nos impulsiona, inspira e estabelece balizas mais elevadas a serem superadas.

Mateus Solano, com atuação "monstruosa", entregou todas essas possibilidades no Teatro da Ufes, quando subiu sozinho ao palco no espetáculo “O Figurante” (mais um presente da WB Produções para o público capixaba).

Se a humanidade anda meio deprimida pela “ideologia das inteligências artificiais”, quando tudo parece nos dizer que nossas aptidões são obsoletas e substituíveis, Mateus Solano dá o diagnóstico — a solidão opressiva de uma modernidade que nos condena a uma figuração sistemática e castradora — e aponta o caminho redentor de buscar a melhor performance de nós mesmos, quando eleva sua arte de representar a patamares impressionantes.

O texto está longe de ser um monótono e vigarista roteiro de autoajuda (porque ajuda não há) e permite a Solano mostrar do que é capaz, transformando-se em adolescente, idoso, porteiro, garçom e empresário diante de um sistema que insiste em não enxergá-lo. Nada de cenários ou figurinos — só mímica, texto e talento.

Vê-lo executar todos os movimentos no palco me fez lembrar o alpinista Alex Honnold, que escala paredões assustadores sem auxílio de cordas ou equipamentos de segurança (quem não conhece, recomendo o documentário “Free Solo”, que mostra suas proezas). Alex tem uma notável capacidade de memorização, repetindo meticulosamente seus movimentos em escaladas com equipamentos de segurança, para então executar a subida sem apetrecho algum. Só talento e muito preparo. Dá frio na espinha, assim como a atuação de Mateus Solano no palco nos tira o fôlego em vários momentos.

Obviamente, não somos todos gênios ou virtuoses. Mas saber identificá-los e festejá-los, nos inspirando em suas façanhas que elevam o espírito humano, é um bom caminho para nos posicionar nesse século das máquinas e do fazer artificial.

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