Governo se divide sobre criar a Autoridade Climática agora

Em meio à tragédia no Rio Grande do Sul, criação da Autoridade Climática proposta na campanha de Lula divide o governo federal |  Foto: Agência Brasil | Ricardo Stuckert

Promessa de campanha do presidente Lula, a criação da Autoridade Climática, agora como parte da resposta à calamidade enfrentada pelo Rio Grande do Sul, divide o governo federal. Uma ala do PT avalia que o órgão deveria entrar no plano de prevenção a desastres naturais a ser anunciado pela ministra Marina Silva (Meio Ambiente). Ministros ouvidos pela Coluna, porém, analisam a hipótese com cautela. O assunto sequer foi discutido na comitiva que esteve neste domingo (05) em Porto Alegre. Auxiliares palacianos não veem chance de a Autoridade prosperar no Congresso e temem mudanças que a medida poderia sofrer, apesar do clima de união nacional após as enchentes gaúchas. Em 2023, parlamentares agiram para desidratar a pasta de Marina na MP dos ministérios.

PAUTAS. Apesar do foco na situação gaúcha, articuladores de Lula dizem que estão mantidas as negociações para a sessão de vetos presidenciais, marcada pelo Congresso para quinta-feira (09), e sobre a desoneração da folha. O Planalto recorreu ao senador Davi Alcolumbre para evitar derrotas.

REFORÇO. A entrada de Alcolumbre na tropa de choque palaciana foi selada em Macapá, na sexta-feira (03), em conversa com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues. Alcolumbre disse estar “ladeado” com a agenda de Lula.

AJUDA. A política fiscal entrará na costura. Parlamentares têm sido cobrados por prefeitos a resolver o impasse da desoneração, suspensa pelo STF a pedido de Lula. “Vamos envolver os senadores para a proposta alternativa aos municípios. O Senado terá papel decisivo para construir essa solução”, afirmou Padilha.

VEJA... O ex-ministro da Educação e hoje deputado federal Mendonça Filho (União) avalia que o Pé-de-Meia, programa do governo Lula voltado a estudantes de baixa renda no Ensino Médio, não é uma “panaceia” que vai mudar radicalmente e resolver o problema educacional do País.

...BEM. Mendonça acredita que o incentivo financeiro terá resultado aquém do esperado. “O programa ataca um dos problemas que é a evasão escolar e estimula a manutenção dos jovens na escola. Mas não enxergo como uma bala de prata”, disse em entrevista ao Broadcast/Coluna.

AMIGOS. Diferentemente das trocas de farpas e do clima tenso na discussão sobre a reforma do Novo Ensino Médio, Mendonça Filho, agora, elogia o ministro da Educação, Camilo Santana. “Não quero censurar, nem criticar, muito pelo contrário, elogio a iniciativa e o propósito. Votei favoravelmente”, ressaltou.

FECHOU. Genro do presidente Lula, o advogado Danilo Sampaio (PT) terá o pastor Jadson Alves (Mobiliza) na vice de sua candidatura à prefeitura de Barra dos Coqueiros (SE). O pastor deixou a base do prefeito Alberto (União), que tentará a reeleição.

QUEM. Ex-PSB, Sampaio aposta em colar sua imagem à de Lula para vencer as eleições. Ele é namorado da jornalista Lurian Lula da Silva, primeira filha do presidente. O casal é próximo ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.