Senado faz vergonha favorecendo políticos ladrões
Coluna foi publicada nesta quinta-feira (22)
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado protagonizou nesta quarta-feira (21) um dos momentos mais vergonhosos da história recente do Congresso, aprovando projeto que desfigura a Lei da Ficha Limpa para beneficiar políticos inelegíveis por envolvimento em casos de corrupção. A jogada tem o DNA do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha: o projeto é de sua filha, deputada Dani Cunha (União-RJ), com parecer entusiástico do relator na CCJ, senador Weverton Rocha (PDT).
Decoro na cesta do lixo
A aprovação também do “regime de urgência” confere prioridade para votação da proposta indecorosa no plenário do Senado.
Volta à cena do crime
O projeto reduz a punição dos políticos ladrões, autorizando candidaturas já nas eleições deste ano e os habilitando a voltarem à cena do crime.
Regra dilacerada
A Lei da Ficha Limpa prevê que político ladrão fica inelegível pelo tempo equivalente ao restante do mandato mais os oito anos seguintes.
Corruptos liberados
A inelegibilidade será só de oito anos, a partir da posse no mandato em que praticou o crime. Isso livra todos os corruptos transitado em julgado.
Senador diz que o STF passou de todos os limites
O senador Márcio Bittar (União-AC) acredita que a crise entre Legislativo e Supremo Tribunal Federal (STF) atingiu o ápice após as revelações da Folha de S.Paulo envolvendo assessores do ministro Alexandre de Moraes em suposta fabricação de provas contra alvos bolsonaristas pré-determinados. “Todos os limites foram quebrados”, afirmou Bittar ao podcast Diário do Poder. O senador admite, entretanto, que a oposição não tem votos suficientes para aprovar o impeachment do ministro.
Faltam votos
“Não temos 54 votos para cassar”, admitiu Bittar, “mas não significa que não possamos tentar”, diz o senador, para quem não se deve ter pressa.
Deve mudar
O senador acredita que as eleições de 2026 devem “mudar a relação de forças” e confia que o futuro Senado poderá promover o impeachment.
‘Golpe’ é fake
Bittar acusa o STF de promover “uma grande fake news” ao classificar a quebradeira do 8 de janeiro em Brasília como “tentativa de golpe”.
Perdeu, mané
Lula não se conforma com a derrota imposta pelo Congresso, fazendo o STF recuar para manter tudo como era, incluindo emendas pix, individuais, de bancada etc., todas impositivas. Ele queria se apropriar da bolada de R$53 bilhões das emendas para bancar o falecido “PAC”.
Criador e criaturas
Foi Lula II que turbinou as emendas individuais, para ser “mais convincente” nas negociações com parlamentares, que, depois, tornou-as impositivas. Eles agora não abrem mão da autonomia.
Crescimento rápido
O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes ultrapassou um milhão de assinaturas menos de uma semana após seu início na plataforma Change.org. Foram 100 mil somente nesta quarta-feira (22).
Vai ou racha
Para Magno Malta (PL-ES), ou o Senado aprova o impeachment de Alexandre de Moraes “ou nós temos que jogar a toalha, pedir para ir embora, desmoralizados por não ter a coragem de enfrentar”.
Tudo como dantes
Kim Kataguiri (União SP) nega a existência do “pacto democrático” citado por Rodrigo Pacheco após o regabofe dos Poderes que desfez a decisão do STF contra as emendas parlamentares: existe é “um grande acordão”.
Candidatos únicos
Levantamento do Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem aponta que 214 municípios têm só um candidato a prefeito, em 2024. É o maior número dos últimos 24 anos, quase o dobro do recorde em 2008 (131).
Anote aí
O governo Lula (PT) já conseguiu torrar cerca de R$80 milhões com viagens apenas no mês de agosto. No total de 2024, a administração petista se aproxima dos R$993 milhões gastos com passagens e diárias.
Se prepare
Em uma semana começa em todo o País o horário eleitoral no rádio e na TV. A exibição da propaganda “gratuita” começa no dia 30 de agosto e vai até o próximo dia 03 de outubro, no primeiro turno.
Pensando bem…
...a briga para controlar os bilhões das emendas parlamentares, quem diria, virou “luta pela democracia”.
"Democracia não necessita de acordo" - Senador Plínio Valério (PSDB-AM) sobre o conchavo batizado de “acordo pela democracia”
Poder sem pudor
O medo de Brizola
Leonel Brizola encontrou Tancredo Neves em um evento político e se derramou em elogios, lembrando que ele fora o último ministro da Justiça de Getúlio, indo ao seu enterro e falando em seu túmulo. “Foi também primeiro-ministro de Jango, compareceu ao seu enterro e discursou junto ao túmulo. O senhor merece o meu apreço”, completou. Quando Brizola se despediu e foi embora, Tancredo brincou: “Aquilo não é elogio, não. Ele está com medo que eu o enterre. E discurse.”