Veículos em miniatura que valem mais de R$ 40 mil
José Costa, de Cachoeiro, e Edismar Araújo, de Vila Velha, investem na produção de ônibus, caminhões e carros para colecionar
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José Costa, 53 anos, largou o emprego em uma transportadora de Cachoeiro de Itapemirim para se dedicar a um sonho de infância: construir réplicas de carros. Em seu último projeto, um minicaminhão truck, ele já investiu R$ 42 mil.
Já em Vila Velha, Edismar Araújo, 49, começou a criar miniaturas de ônibus com caixas de papelão e o que era apenas um passatempo, virou renda.
Edismar revelou que desde criança gostava de brincar de desenhar modelos de ônibus. Há mais de cinco anos o motorista passou a fazer as miniaturas usando também o vinil, dando uma qualidade maior ao produto.
Atualmente, ele divulga o trabalho pelo Facebook e recebe, em média, mais de 30 encomendas por mês, que vêm de pessoas que gostam de seu trabalho.
Os modelos pedidos são os mais variados possíveis, segundo ele. Já foram desde os tradicionais ônibus do Transcol, até os que nunca existiram, como da Desportiva, por exemplo. Com o tema futebol, o mais encomendado é o modelo rubro-negro do Flamengo.
Edismar contou que já recebeu até pedidos para criar ônibus especiais para o Dia dos Namorados e algumas encomendas diferentes. “Uma mulher, que conheceu o marido em um ônibus, encomendou miniaturas para distribuir como lembrança das Bodas de Prata”, contou ele.
Apesar dos ônibus serem os mais encomendados, Edismar ainda faz miniaturas de outros modelos, como carro-forte e ambulâncias do Samu, por exemplo. Tudo é feito em sua casa e as miniaturas, precisam, em média, de 15 dias para ficarem prontas. Cada peça é vendida por R$ 25,00.
Já José Carlos Costa, mais conhecido como “JC Mini Truck”, fabrica carros maiores, mas não vende. Só em um minicaminhão truck, que ainda está sem a carroceria, ele já investiu R$ 42 mil.
Ônibus do Transcol como inspiração

Os ônibus do transporte público da Grande Vitória se tornaram inspiração para o autônomo Edismar Araújo. Ele trabalhou como motorista na empresa por mais de 10 anos.
“Foi quando botei a mão na massa e comecei a fabricar os ônibus. Com o passar do tempo, as miniaturas ganharam novas formas e um aspecto mais realista”.
Inicialmente, Edismar imaginava que o maior público seria de crianças, mas, após a divulgação dos ônibus na internet, ele percebeu uma grande quantidade de “busólogos” nas redes sociais, ou seja, pessoas que são fascinadas pelos veículos.
O artista mantém um perfil ativo no Facebook onde expõe suas novas produções. Só na rede social, ele já postou cerca de 600 imagens das miniaturas.
“Alguns amigos viram e começaram a fazer encomendas. O que era apenas um passatempo virou uma forma alternativa de ganhar dinheiro”, disse ele.
Conscientização
Segundo Edismar, alguns modelos de ônibus, carros e viaturas policiais foram confeccionados para serem levados a uma creche de Vila Velha, que realizou uma semana de conscientização sobre trânsito.
Além disso, em 2016, ele criou um modelo comemorativo especial com o tema “Olimpíadas do Rio”, que aconteceu na época.
Hoje, Edismar Araújo não trabalha mais como motorista de transporte público. Ele mantém uma pequena empresa de fretes particulares e já teve seu próprio serviço de fretes de ônibus.
Pandemia e custo atrasam projeto

José Costa, que atualmente trabalha com serviço de entrega de marmitas e refeições, contou que começou a fabricar o minicaminhão truck há sete anos.
Sua réplica tem 5,5 metros de comprimento e 1,90m de altura. Foi ele mesmo quem fez os projetos no computador.
Sobre a demora para finalizar o caminhão, ele explica que deve-se ao fato de não ter oficina própria e depender do serviço de várias oficinas, entre elas de mecânica e de lanternagem.
Mas ele contou que existe um problema ainda mais sério: o custo da matéria-prima. “Tudo subiu mais de 150%. Então, não tive como manter o ritmo”.
Além disso, a construção do minicaminhão ficou parada durante os dois anos da pandemia, o que o atrapalhou em todos sentidos.
José contou que a demora está o deixando estressado, principalmente porque os amigos já debocham perguntando quando “esse carro” ficará pronto. “Não vejo a hora desse caminhãozinho ficar pronto. Mas, graças a Deus, está tudo pago. Pretendo terminar logo para acabar com essa fadiga”.
Segundo ele, quando o minicaminhão ficar pronto ele vai publicar um vídeo em um canal no YouTube.
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