Testes para desvendar mistério em lagoa de Guarapari
Uma espuma verde se espalhou pela Mãe-Bá, que fica na divisa entre Guarapari e Anchieta. Moradores relatam morte de peixes
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A lagoa de Mãe-Bá, localizada na divisa entre os municípios de Guarapari e Anchieta, é a segunda maior do Espírito Santo, e agora passa por testes para desvendar o mistério que a deixou com uma espuma verde, causando a morte de peixes e desaparecimento de aves do local.
Para os moradores, se o mistério não for desvendado o quanto antes, a lagoa pode morrer, e com isso acabar com o sustento de muitas famílias e com o turismo.
“Desde dezembro identificamos essa espuma verde em vários pontos da lagoa. Acreditamos que ela esteja matando a fauna e a flora local e ainda não tivemos uma resposta objetiva dos órgãos competentes sobre esta situação”, explicou o servidor público Moisés Costa, 37 anos, do projeto Mãos que Fazem Mãe-Bá.
A misteriosa espuma está em todo lugar, e Moisés, que é morador da comunidade desde que nasceu, acompanhou a reportagem de A Tribuna nas extremidades da lagoa, constatando que a situação se repete em todos os pontos.
“A vida marinha aqui era abundante. Para se ter uma ideia, pássaros que normalmente pescam no mar vinham para a lagoa se alimentar, de tanto peixe que tinha. Os peixes não estão se reproduzindo, muitos estão aparecendo mortos, e as aves sumiram daqui”, lamentou Moisés.
A Secretaria de Meio Ambiente de Anchieta acompanha o monitoramento da lagoa, que começou a ser feito em dezembro do ano passado para identificar possíveis geradores da situação. De acordo com a secretária Jéssica Martins, os estudos seguem em análise.
“Se estivesse faltando oxigênio na água por causa dessas algas, morreriam todos os peixes, mas não estamos vendo isso. Verificamos um excesso de matéria orgânica na água, principalmente fósforo, que faz com que estas algas se reproduzam sem controle, mas os estudos seguem em andamento”, explicou.
Ainda de acordo com ela, o município de Anchieta está fazendo um levantamento dos possíveis contribuintes dessa matéria orgânica.
“A indústria é um contribuinte, as ligações clandestinas de esgoto também. O solo que não está protegido por mata no entorno também pode ser. Essa semana estivemos com uma equipe do Iema, com drone, fazendo um levantamento da ocupação na lagoa para traçarmos um plano de ação para enfrentarmos as possíveis causas do aumento do fósforo na água”, completou Jéssica.
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