Sonhos mais intensos durante o confinamento, afirmam especialistas
Pesquisadores estão analisando o sonho dos brasileiros durante a quarentena para tentar identificar os sentidos sobre os efeitos do mal-estar que a atual situação de isolamento social vem trazendo para a sociedade.
Um grupo de pesquisadores das Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG), São Paulo (USP) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) está tentando responder, entre outras questões, se as pessoas sonham mais ou sentindo maior necessidade de compartilhar os sonhos devido ao isolamento com a pesquisa “Sonhos Confinados”.
Os pesquisadores estão coletando relatos no formulário no endereço www.instagram.com/sonhosconfinados/.
A psicóloga e psicoterapeuta Débora Monteiro explicou que, durante a noite, a mente inconsciente vai buscar algumas saídas para resolver problemas do dia a dia.
“Com isso, a gente tende a sonhar mais. Mas, neste momento, acredito que as pessoas estão compartilhando mais também. Elas estão mais solidárias e, quando é um sonho enigmático ou esclarecedor, as pessoas compartilham mais”, analisou.
Tensão
De acordo com o psicólogo e especialista em sonhos João Oliveira, todos os mamíferos, incluindo o ser humano, e alguns répteis sonham todas as noites.
“Em uma noite normal, as pessoas têm pelo menos de 6 a 12 sonhos. Ela pode não lembrar, mas sonha todos os dias”.
Ele explica que todo momento de tensão coletiva, como esse que os brasileiros vivem hoje, vai refletir no psique. “Em um primeiro momento, o mais comum é a compensação, que visa ao equilíbrio. A pessoa vai ter sonhos que compensem as sensações que ela teve durante o dia”.
Ele acredita que o perfil mais relatado dos sonhos do confinamento tem relação com a ansiedade.
“Sonhos com força da natureza, enchente, terremotos, perdido na cidade. Esse perfil vai tocar as pessoas que não estão acostumadas com a ansiedade. Elas vão ter sonhos de compensação, que levam para um lugar feliz”.
OPINIÃO
"Sonhos são produções do inconsciente, que podem buscar soluções para as situações do dia a dia”
Débora Monteiro, psicóloga
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