Fêmea de lobo-guará é resgatada com infecção grave às margens da BR-101 no ES
Animal foi encontrado com dificuldades respiratórias e sem sinais de atropelamento
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O resgate de uma fêmea de lobo-guará mobilizou uma equipe de inspeção de tráfego da Eco101, na última sexta-feira (04), no Sul do Espírito Santo. De acordo com a concessionária, o animal foi encontrado em estado crítico de saúde às margens da BR-101, na altura do município de Atílio Vivácqua.
“Ela apresentava sinais bem evidentes de prostração, muita apatia, dificuldade respiratória e sem resposta motora, exceto pelos movimentos oculares”, relatou a bióloga e analista de sustentabilidade da empresa, Grazielli Melo Pena.
Após o resgate, o animal foi encaminhado para a clínica veterinária Cevet, em Guarapari. No local, foi identificado que a fêmea não apresentava sinais de atropelamento.
“Os exames mostraram que ela estava com um quadro de infecção avançado. Começamos o tratamento com hidratação, antibióticos, corticoides e analgesia com morfina. Ela foi respondendo bem, um dia melhor do que o outro”, explicou o veterinário Leonardo Lyra Lyrio, responsável pelo atendimento na clínica.
Dias depois, exames indicaram uma melhora significativa da fêmea, que aparenta ser um adulto jovem da espécie. Na última terça-feira (08), ela foi transferida para o Centro de Reintrodução de Animais Silvestres (Cereias), em Aracruz, onde segue em reabilitação.
Segundo Grazielli, há expectativa que o animal se recupere — mas ainda não há previsão de soltura. “Isso depende de muitos fatores, como a avaliação clínica, o comportamento dela e a logística de devolução ao bioma de origem”, explicou.
Ainda de acordo com a bióloga, a espécie, que é típica do cerrado brasileiro, tem sido cada vez mais avistada em território capixaba. “Essa espécie vem migrando para o Espírito Santo devido à perda de hábitat, mudanças climáticas e outros fatores que afetam sua sobrevivência”.
A equipe do Cereias se prepara, agora, para a missão de devolver a loba ao seu bioma de origem. “Será preciso levá-la para um estado vizinho, como Minas Gerais, onde há cerrado preservado. Essa viagem ainda será programada, mas é fundamental para garantir que ela possa voltar à vida livre com segurança e em um ambiente adequado”, disse Grazielli.
“A história dessa lobinha nos lembra que a natureza resiste, mesmo quando tudo parece perdido, e que cada vida importa.”, finalizou a bióloga.
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