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Cidades

Recorde de nascimento por cesáreas no Brasil

Dados preliminares de 2022 mostram que esta modalidade corresponde a 57,7% dos partos. No Estado, o índice chega a 59%


O momento de nascimento de um bebê é cercado por expectativas. Mas, até chegar este instante, muitas mães ficam em dúvida se terão a criança pelo parto normal ou cesárea.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a maioria das brasileiras tem escolhido pela cirurgia. Recorde histórico mostra que 57,7% dos partos no País são cesarianas. Em 2020, foram 57,2% desse tipo; em 2015, 55,5%;  e em 2010, 52%.

No Estado, conforme apontam dados preliminares do Ministério, em 2022, 59% dos partos foram cesarianas, mas ainda faltam os números de outubro, novembro e dezembro. Em 2020, esse tipo de parto representou 60%, enquanto que, em 2015, esse percentual chegou a 63% e, em 2010, 60%.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que esse tipo de parto corresponda apenas a 15% do total  de procedimentos realizados, sendo feito apenas em mulheres que necessitam de intervenção.

Segundo a ginecologista e obstetra Maria Angélica Belonia, entre os principais fatores que levam às mulheres a optarem pela cesárea estão o  medo do desconhecido, as experiências negativas de familiares, a falta de um pré-natal qualificado e a “conveniência” do parto programado.

“O pré-natal é um tempo no qual a relação médico-paciente deve ser estreitada, em que o médico prepara o casal para a escolha individual do melhor parto. Isso só acontece após muito diálogo com orientações e esclarecimentos. A paciente deve ser informada dos tipos de parto, natural, com analgesia, e  quais intervenções podem ser realizadas ou não”, destaca.

O obstetra Fernando Guedes da Cunha ressalta que muitas mulheres têm medo da dor. “Inclusive, uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde mostra que a principal causa de escolha da cesariana é que a paciente tem medo de sentir dor no parto normal”.

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A obstetra Anna Bimbato destaca que há um desconhecimento sobre os riscos da cesariana, que é uma cirurgia, e os benefícios do parto normal.

“Quando se faz uma cirurgia, precisa-se de repouso. Nestes casos, a mulher necessita de uma rede de apoio maior do que uma que teve parto normal. Além disso, existe um risco maior de infecção nos pontos e risco para o bebê”, alerta a médica. 

Cirurgia emergencial

Imagem ilustrativa da imagem Recorde de nascimento por cesáreas no Brasil
Dados preliminares de 2022 mostram que esta modalidade corresponde a 57,7% dos partos. No Estado, o índice chega a 59%. |  Foto: Leone Iglesias/AT

A psicóloga Carolina Martinez, de 35, teve seu primeiro filho, Henrique, 2, de cesárea. “Ele teve restrição de crescimento e precisei fazer cesárea emergencial, porque estava entrando em sofrimento”.

Há dois meses, nasceu Gustavo, também por meio de um parto cesárea. “Deixei para decidir o parto na hora, mas era final do ano e a médica falou que os hospitais poderiam estar mais cheios. Achei melhor marcar, já que eu não tinha grande desejo pelo parto normal”.

Cesarianas devem ser realizadas só com indicação

Apesar de ser uma cirurgia e apresentar seus riscos, o parto cesárea tem suas indicações e pode salvar a vida tanto da mãe quanto do bebê, destacam especialistas.

Sofrimento fetal, prolapso do cordão (cordão que sai da cavidade uterina) e desproporção cefalopélvica (inadequação entre o tamanho da cabeça fetal e o canal de parto) são alguns dos casos em que a cesárea é indicada, de acordo com a obstetra Maria Angélica Belonia.

O parto normal também não é indicado  quando a paciente apresenta lesões infecciosas de herpes genital ativa na hora do trabalho de parto, explica o   obstetra Fernando Guedes da Cunha. 

“Também não há indicação se houver descolamento de placenta e acretismo placentário (quando a placenta  adere ao útero)”.

Em casos de bebês atravessados, ele é proibido de nascer de parto normal, de acordo com a obstetra Anna Bimbato.  

“Temos ainda a placenta prévia (quando a placenta está presa  sobre a abertura do colo do útero) e algumas doenças da mãe, como hipertensão grave e cardiopatia, que impedem o parto normal. A cesariana salva vidas, mas tem de ser bem indicada”.

Para quem opta pela cesariana, Anna dá algumas recomendações. “O melhor, quando a mulher puder, é entrar em trabalho de parto. Isso não significa que ela precisa ter um parto normal, mas  garante que o bebê esteja maduro para nascer. Entrar em trabalho de parto evita que o bebê nasça antes do tempo”.


SAIBA MAIS


Risco triplicado para a mãe

Riscos das cesáreas

Estudos científicos apontam que bebês nascidos de cesarianas apresentam riscos maiores de terem dificuldades respiratórias e são internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal com mais frequência. 

Quando não tem indicação clínica, a cesariana aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe.

Indicação

Sofrimento fetal, placenta prévia, herpes genital ativa, descolamento de placenta, acretismo placentário (invasão da placenta no músculo uterino) e cardiopatia grave  são alguns dos motivos para indicação de cesárea. 

Vantagens do parto normal  

Pesquisas comprovam que a passagem pelo canal vaginal, na hora do nascimento, coloca o bebê em contato com bactérias  presentes nesta área do corpo da mãe, fortalecendo o sistema imunológico e prevenindo o desenvolvimento de alergias e outros problemas de saúde no futuro.

Fonte: Ministério da Saúde e médicos consultados.

CAMPANHA DA ANS

Boas práticas

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de lançar uma campanha para difundir boas práticas no cuidado com as grávidas e reduzir as cirurgias quando elas não são o método mais recomendado.

Segundo  o diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Maurício Nunes, os dados apurados pela  agência apontam que 81,76% dos partos realizados na saúde suplementar em 2021 foram por via cesariana.

A Certificação em Parto Adequado é concedida às operadoras que atendam aos critérios estabelecidos pela ANS no Manual de Certificação de Boas Práticas na Linha de Cuidado Materna e Neonatal. 

O manual define diretrizes e critérios para  a qualidade dos serviços de saúde oferecidos a essa população, incluindo aspectos como gestão, infraestrutura, processos assistenciais, relações com pacientes e profissionais, entre outros.Fonte: ANS.

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