Qual o risco de animais na pista para os aviões?
Especialista afirma que eles podem ser “engolidos” pela turbina da aeronave, provocar faísca e colocar em risco a tripulação
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A presença de animais na pista de aeroportos, como ocorreu no Aeroporto de Vitória, quando um avião precisou arremeter para que um caranguejo guaiamum fosse retirado, pode trazer perigo.
Não somente um animal, mas um parafuso, um drone ou pipas podem ser “engolidos” pela turbina de um avião, provocar uma faísca e colocar em risco toda a tripulação da aeronave.
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“Vale ressaltar que, em nome da segurança, durante o dia, em diversos momentos são feitas vistorias de pista, justamente para eliminar qualquer problema. Um buraco na pista, uma peça que tenha caído, um animal que tenha passado. Então essas vistorias são feitas de forma a evitar qualquer risco na aviação”, disse um especialista da área.
Por nota, a GOL informa que o voo 2094, entre o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e a cidade de Vitória, realizado na noite de segunda-feira, “efetuou uma arremetida durante o seu processo de aterrissagem na capital capixaba devido à presença de animais na pista” - no caso, o guaiamum.
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Depois de liberada a pista, a aeronave retomou sua posição e pousou em segurança às 23h06, hora local, sem nenhum atraso, diz a nota. A companhia reforça que uma arremetida é o ato de descontinuar um procedimento de aproximação. Ela ocorre quando, após análise, o comandante verifica que o pouso não pode seguir cumprindo todos os requisitos de segurança ou por determinação da torre de controle do aeroporto, como neste caso.
“A arremetida é manobra normal e segura e que permite que os pilotos iniciem nova aproximação em condições mais favoráveis de pista, nesta situação, sem a presença de animais na área de pouso.”
O ambientalista Iberê Sassi, presidente do Instituto Goiamum, destaca que a captura do guaiamum é totalmente proibida e a multa para quem for pego com esta espécie é de R$ 5 mil por unidade.
“A espécie anda até 5km. Há as alterações climáticas e as provocadas pelo homem e a espécie perdeu seu ritmo normal de vida”.
O professor Marcelo Tavares, do Departamento de Ciências Biológicas da Ufes, disse que como o manguezal e a área de vegetação do aeroporto se comunicam pela tubulação que passa por baixo da via, não seria improvável o caranguejo ter surgido da própria vegetação de restinga do aeroporto.
“Ou então ter sido levado por algum predador, como gaviões, que os capturam no mangue daquela região”.
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