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Ele conviveu com as feras do vôlei: “A prática de esportes era mais democrática”

Luiz Messias dos Santos diz que custos afastam as pessoas da prática esportiva


Imagem ilustrativa da imagem Ele conviveu com as feras do vôlei: “A prática de esportes era mais democrática”
Luiz Messias dos Santos: “O esporte, sem dúvida, é capaz até mesmo de salvar vidas” |  Foto: Fábio Nunes / AT

“O esporte é uma das grandes paixões da minha vida desde muito cedo. Mesmo hoje, aos 66 anos, me aventuro nas modalidades ao ar livre, especialmente o beach tennis. Mais do que nunca, o esporte é necessário para transformar a realidade, mas acho que, no passado, a prática esportiva era mais democrática.

Sou nascido e criado em Vila Velha, com os pés nas areias das belas praias canelas-verdes. Joguei basquete, vôlei, tênis, frescobol, vôlei de praia e hoje estou totalmente dedicado ao beach tennis.

Leia mais sobre Cidades: O que eu vi e vivi

Nos mais de 40 anos de prática esportiva, vi e vivi todas as reviravoltas culturais em torno do esporte no Espírito Santo."

Acesso ao esporte

"Hoje, infelizmente, tudo está sendo privatizado. Quando privatizam, há um custo que afasta muitas pessoas. Nem todo mundo pode pagar.

Mesmo nas atividades ao ar livre, há custos de exploração que, no fim, se voltam ao usuário. É contraditório, principalmente porque, quando pensamos em esportes realizados em praias, não precisamos de uma quadra, por exemplo.

O tênis é um esporte extremamente caro e inacessível para muitas pessoas. Quase nenhum bairro periférico tem uma quadra de tênis.

Agora, na praia, muitas pessoas podem pegar a bicicleta, pedalar até a areia e iniciar o beach tennis com muito menos custo.

Ainda assim, no passado, eu sinto que a praia era um lugar mais democrático, com acesso gratuito a diversas práticas esportivas e uma mistura de pessoas de diferentes perfis sociais. Foi nesse ambiente de muita troca de experiências que os atletas de referência do Estado cresceram.

Eu acompanhei, por exemplo, o vôlei de praia capixaba despontar como destaque nacional e internacional. Os grandes jogadores que surgiram nos anos 80 abriram portas para o sucesso dos esportes de areia. Eles começaram aqui mesmo, na Praia da Costa, em Camburi e em Itaparica.

Eu jogava, por exemplo, com o Aloísio, o primeiro jogador que nos levou para o mundo afora. O José Loiola, ouro no campeonato mundial, também começou aqui.

Eu vi a geração de ouro do vôlei de praia conquistar o mundo. Temos atletas talentosíssimos em todos os esportes, mas sinto que mudanças culturais fazem as pessoas, no geral, buscarem os esportes por outros motivos."

Mudanças culturais

"Não era comum fazer esporte por finalidade estética no passado. Nós fazíamos para descansar, distrair a mente, melhorar o humor e encontrar os amigos. Hoje, quando vejo novos alunos chegarem aos esportes, a primeira pergunta é: ‘este esporte define o corpo? Emagrece? Faz perder barriga?’. A atividade física é muito além disso.

Nessa busca infinita pelo corpo perfeito, todos estão esquecendo de se divertir, da alegria e de curtir o presente. O esporte traz o pleno desenvolvimento para a vida, não só para a beleza física.

Sempre comentamos, mas é importante destacar isso, principalmente para as novas gerações: a definição do corpo e o emagrecimento são consequências. Não compare o seu corpo com o que você vê nas redes sociais.

Na minha juventude, estávamos mais preocupados na parte social e de lazer do esporte do que hoje. Essa mudança traz, ainda, outro problema: o poder do esporte fica em segundo plano."

Função

"O esporte possui uma função essencial e compartilhada apenas com poucas outras atividades, como a arte: o poder da transformação. Ao longo dos meus anos de dedicação à prática esportiva, eu vi muitos meninos construírem sonhos, deixarem coisas ruins e tomarem um bom rumo na vida.

Para muitas pessoas, o que falta é apenas o olhar atento e oportunidades. Nem todo mundo tem o privilégio de ter café à mesa, acesso à prática esportiva orientada, disciplina de pai e de mãe e boa educação.

Muitos dos meus amigos têm projetos sociais nas periferias para ofertar um pouco dessa falta aos meninos e meninas.

Vejo meninos resgatados na periferia que começaram como apanha-bolas e hoje são professores de beach tennis e de tênis.

Quando as pessoas mais privilegiadas, com poder aquisitivo melhor, entram nessa batalha, conseguimos expandir essa atuação social. O esporte, sem dúvida, é capaz até mesmo de salvar vidas."

Quem é 

Luiz Messias dos Santos, de 66 anos, é servidor público aposentado. Ao longo de mais de 40 anos, se dedicou à prática de basquete, vôlei, tênis, frescobol, vôlei de praia e, hoje, está totalmente dedicado ao beach tennis.

Com essa experiência, o canela-verde viu e viveu diversas reviravoltas culturais em relação à prática esportiva no Estado. Na entrevista, ele analisa como os esportes eram mais democráticos no passado.

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