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“A beleza do Espírito Santo me surpreendeu”, diz cantor e compositor Carlos Papel

Músico carioca, que chegou ao Estado na década de 1980, fala sobre a sua paixão pela riqueza cultural capixaba


Imagem ilustrativa da imagem “A beleza do Espírito Santo me surpreendeu”, diz cantor e compositor Carlos Papel
Carlos Papel: “Temos vários músicos alternativos desbravando caminhos importantes no País” |  Foto: Gustavo Forattini/AT

“Quando cheguei ao Espírito Santo, em 1981, para participar de um festival de música, me deparei com a beleza surpreendente do patrimônio natural capixaba. Me apaixonei a cada lado cujo meu olhar era direcionado. Sou do Rio de Janeiro, mas foi na cena musical e cultural daqui que me senti verdadeiramente pertencente.

Naquela época, em 1981, não tínhamos nem estúdio de gravação no Estado. Os artistas costumavam ir à capital fluminense para gravar suas músicas e álbuns. Apesar da falta de estrutura, não faltavam talento, efervescência cultural e disposição para os artistas locais fazerem a cena capixaba acontecer.

Veja outros depoimentos da série O Que Eu Vi e Vivi aqui 

Capixabas

Há algo que precisa ser pontuado. O cenário da música capixaba é aqui. Nara Leão, Maysa, Sérgio Sampaio e Roberto Menescal, por exemplo, são capixabas incríveis, mas não podemos nomeá-los como “a cena capixaba”. Eles são, na verdade, da cena musical carioca, de um movimento de Ipanema, da Praia do Júnior.

Falo isso por amor ao Espírito Santo. Tantas pessoas, como Afonso Abreu, Maurício de Oliveira e outros músicos fizeram a história da música capixaba – e, aliás, ela precisa ser contada. Precisamos valorizar a luta de vários artistas que aqui ficaram e viveram o nosso universo como, recentemente, o Silva.

O cenário aqui era, e ainda é, de músicos que lutam nos bastidores até hoje. Temos o maior orgulho e somos apaixonados por todas essas figuras notáveis do Estado, mas é importante fazermos essa reflexão.

Quando ganhei o festival de música que me trouxe ao Espírito Santo, em 1981, eu fazia jingles aqui, pegava o dinheiro e ia ao Rio para gravar, pois não tínhamos essa estrutura aqui, que custava cerca de US$ 1 milhão (R$ 5 milhões), na época. Era uma forma de viver e de financiar o trabalho com a música. Gravei, por exemplo, o jingle do Perim e de políticos.

Imagem ilustrativa da imagem “A beleza do Espírito Santo me surpreendeu”, diz cantor e compositor Carlos Papel
Carlos Papel gravou jingle do Perim |  Foto: Gustavo Forattini/AT

Cenário atual

Acredito que o nosso cenário está mudando. Foi bom nos anos 1980, melhor nos anos 1990 e, hoje, de 2000 para cá, vivemos a melhor fase da música capixaba. Temos vários músicos alternativos desbravando caminhos importantes, ainda mais agora, em outra realidade de produção e de consumo de música.

Temos um cenário maravilhoso, de produção de incrível qualidade, e precisamos nos debruçar sobre isso. Agora, há uma percepção de sucesso questionável no imaginário social. Enquanto sucesso for sinônimo de adoecimento do músico – e não faltam exemplos no País e fora –, há algo errado.

Sucesso

Construir uma vida a partir da música, possibilitar a existência de um legado musical e contribuir, como referência, para a renovação de um cenário local, é sucesso – e essa definição não se limita nisso. Antes, chorávamos nossas dores no ombro dos nossos amigos. Agora, a vida pessoal é publicizada na televisão.

E não me leve a mal: eu gosto de todas e de todos os novos meninos da música brasileira, independentemente do gênero musical. Mas, com as redes sociais, percebo um adoecimento rápido dos músicos. Não faço ideia do que é ter ‘haters’, e nem faço a mínima questão de tê-los.

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Preconceito musical

Todo estilo musical tem o seu valor. O preconceito musical é elitista e desconsidera que a música merece ter pluralidade. Além disso, acredito que o que está perto da sua aldeia é internacional. Se eu escrever sobre a minha rua, serei muito mais universal do que falar do Brooklyn, bairro de Nova Iorque.

Não podemos exigir que um artista do funk narre algo das nossas cabeças. Esse é um dos ângulos de olhar para a questão.

Por outro, podemos ver uma massificação de poucos gêneros musicais nos meios de comunicação. Como disse, a música merece ter pluralidade. E a música brasileira é uma das melhores do mundo.”

Depoimento concedido ao repórter Jonathas Gomes.

Perfil

Carlos Papel

É compositor, violonista e cantor de 71 anos. Nascido em São Cristóvão, Rio de Janeiro, começou a carreira aos 13 anos. Chegou ao Espírito Santo em 1981, para participar de um festival de música. Desde então, se tornou um nome proeminente da cena musical capixaba. Tem mais de 55 anos de carreira e se formou em Música na Ufes.

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