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Cidades

Moradores da Grande Vitória cobram serviço para recolher cães e gatos

População da Grande Vitória pede melhoria do recolhimento de animais e reclamam da dificuldade de obter a castração gratuita


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Imagem ilustrativa da imagem Moradores da Grande Vitória cobram serviço para recolher cães e gatos
Aposentado Diniz Lobo enfrenta dificuldades para cuidar de nove cães: quatro adultos e cinco filhotes. |  Foto: Douglas Schneider/AT

Animais abandonados com frequência se tornam vítimas de maus-tratos e de um problema recorrente, de acordo com moradores da Grande Vitória: sem um serviço público de recolhimento, principalmente para cães e gatos, eles ficam vagando pelas ruas, sem ter para onde ir.

As reclamações vão desde a falta de serviços de recolhimento de animais saudáveis, passando pelo que consideram ser a burocracia para conseguir a castração gratuita, até a falta de hospitais públicos para os bichinhos.

O aposentado Diniz Bandeira dos Santos Coelho Lobo, de 73 anos, mora em Lagoa de Carapebus, na Serra. Ele conta que recebe um salário mínimo (R$ 1.302) e não tem condições mais de cuidar dos nove cachorros, sendo quatro adultos e cinco filhotes.

“Uma eu resgatei na (rodovia) ES-010. O John tem marcas de muitos machucados de um lado, porque machucaram ele com bambu. Não tenho condições mais de ficar com eles em casa, estou no limite”, afirma.

Carioca, o morador da Serra afirma que não conseguiu castrar os animais. “Não são castrados, não consigo castrar. A prefeitura só pega o animal  se ele for doente. No Rio, eles recolhiam”, compara. 

O advogado e ex-líder comunitário de Jardim Camburi, em Vitória, Enock Sampaio, destaca  que o poder público faz a castração de animais que têm tutores e recolhe animais doentes.

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“Mas deveria acolher os abandonados para depois entregar para a adoção. Quando eu era presidente da associação de moradores, volta e meia aparecia uma situação assim. E não se sabia o quê fazer. Era um morador que acolhia, um ajudava o outro”, afirmou.

E é da ajuda de amigos que o aposentado Diniz afirma sobreviver para cuidar dos nove cães que tem em casa.

“Com um salário mínimo não estou tendo condições. Alguns amigos que ajudavam foram embora, estou devendo na casa de ração. Os vizinhos reclamam quando os cachorros latem, a minha casa é pequena para abrigar todos eles. Não estou dando conta mais”, afirma o aposentado.

A protetora dos animais Isabella de Medeiros Lima relata a necessidade de um hospital público veterinário para os animais, devido à grande demanda existente no Estado. “É uma necessidade que temos no momento”.

Abrigos cheios, diz protetora

Imagem ilustrativa da imagem Moradores da Grande Vitória cobram serviço para recolher cães e gatos
Isabella é gestora de abrigos. |  Foto: Acervo Pessoal

Se os moradores reclamam que o poder público não recolhe os animais, são alguns deles que se mobilizam para cuidar de cães e gatos abandonados.

Entre tantos exemplos na Grande Vitória, está a protetora dos animais Isabella de Medeiros Lima, gestora do Auauberg Cachorradas, que ainda conta com um abrigo na Grande Vitória, em Vitória, aos cuidados de Ana Sutil e Sebastião Sutil, e outro no Ibes, em Vila Velha, com Maria Clara Balestreiro.

“São 60 animais, todos cachorros. Os de grande porte ficam na Grande Vitória e os pequeno e médio no Ibes. São 485 kg de ração por mês. Além de vacinas e remédios. Vivemos de doações e rifas”.

Isabella destaca que a Prefeitura de Vitória tem o Programa Vitória da Castração Animal, por meio do qual já castrou cães.

“A prefeitura faz exame de sangue, castra e dá o remédio pós operatório. Só que se o animal está com alguma doença, não perde a vaga, mas o tutor tem que tratar antes de operar e até a roupinha cirúrgica tem que comprar”.


SAIBA MAIS


Vitória

A Prefeitura de Vitória informa que realiza recolhimento de animais nas ruas em situações que se configuram risco à saúde pública.

Esses animais são avaliados por médicos veterinários, são vacinados.  É  efetuada a ressocialização,  inclusive com ações de adoção.

O município conta com o  programa Vitória da Castração Animal, que ampliou o número de vagas este mês para mais 600, passando das atuais 3 mil para 3.600 ao ano.

Também possui o Programa de Acolhimento e Tratamento de Animais em Situações de Risco ou Vítima de Maus-Tratos (Pata Vix).

Serra

A Serra tem o Programa Arca, de recolhimento de cães e gatos sem tutores que forem encontrados com ferimentos graves.

Esses animais, após terem as lesões tratadas, são castrados, registrados com um chip e colocados para adoção responsável. 

O Arca promove também a castração de cães e gatos, desde que os tutores atendam às  condições: sejam cadastrados no CadÚnico, protetores independentes e ONGs. 

Vila Velha

A prefeitura de Vila Velha informou que busca solucionar o problema de saúde pública relacionado à população de animais de rua, “por meio do maior programa de castração do município, o Poca”.

Cariacica

A Unidade de Vigilância em Zoonoses  informa que há o recolhimento de animais adoecidos ou que foram acidentados em vias públicas.  

Cirurgias e castrações apenas são feitas em  animais agressores ou recolhidos em vias públicas e são disponibilizados para adoção, caso o dono não apareça para buscá-lo. 

Em Cariacica há o Programa Cariacica Castra Legal, voltado ao controle populacional de cães e gatos, com castração e microchipagem.

A Secretaria  de Serviços de Cariacica informa que está nas ruas todos os dias   recolhendo  animais de médio e grande porte que estejam soltos nas ruas, perdidos e/ou abandonados. 

Fonte: Prefeituras citadas

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