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Cidades

ES registra recorde de queimadas por falta de chuva

Corpo de Bombeiros realizou 688 atendimentos para este tipo de chamado em julho. Estiagem agrava a situação


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Imagem ilustrativa da imagem ES registra recorde de queimadas por falta de chuva
Incêndio em uma área de turfa no contorno do Mestre Álvaro provocou um engavetamento envolvendo 9 veículos |  Foto: Divulgação/Notaer

O Espírito Santo registrou no mês de julho um aumento de mais de 150% em ocorrências de incêndio em áreas de vegetação. Neste mês, o Corpo de Bombeiros realizou 688 atendimentos para este tipo de chamado – enquanto no mesmo período do ano passado foram 267 ocorrências atendidas.

Segundo especialistas, este cenário é o resultado de uma combinação preocupante: a falta de chuvas, as altas temperaturas registradas em todo o Estado e a baixa umidade do ar.

“Esse aumento se deve principalmente ao período de estiagem que estamos enfrentando, que normalmente começa no mês de abril e vai até setembro. Porém, este ano está bastante intenso, com pouca chuva em todo o Brasil”, explica o aspirante Mittri, do Corpo dos Bombeiros.

Segundo ele, no entanto, há a preocupação de que o período de seca se estenda até o mês de novembro. “Em 2023 tivemos um número muito grande de ocorrências em novembro, o que não é comum. E este cenário pode se repetir este ano”, alerta o aspirante.

A bióloga Rosa Angela Ramaldes também destaca o impacto da temporada de estiagem no número de incêndios no Estado. Entretanto, a especialista aponta a participação humana neste cenário.

“Quando há um incêndio, toda a cadeia alimentar local é eliminada, além de piorar a qualidade do solo. Então, quando temos essa coincidência de ter pouca chuva e uma temperatura alta, até mesmo a ação de jogar resíduos em locais inadequados pode aumentar o risco de grandes incêndios”, explica a bióloga.

Riscos

Para além dos danos à biodiversidade, a fumaça causada pelos incêndios causa riscos para a saúde, qualidade de vida e também segurança da população.

Na tarde da última quinta-feira, um incêndio no contorno do Mestre Álvaro, na Serra, causou um engavetamento envolvendo, ao menos, nove veículos.

Com a baixa visibilidade no local, causada pelo fogo em uma área de vegetação de turfa, motoristas precisaram paralisar o tráfego na região.

Em situações como esta, a orientação dos bombeiros é que condutores reduzam a velocidade, liguem faróis e pisca-alerta e, se necessário, sigam para o acostamento, acionando a corporação.

Imagem ilustrativa da imagem ES registra recorde de queimadas por falta de chuva

Setembro começa com onda de calor

O período de estiagem no Espírito Santo pode ganhar ainda mais força no próximo mês. Isso porque, segundo a Climatempo, uma nova onda de calor irá atingir o Estado já a partir de segunda-feira.

De acordo com a previsão, uma nova massa de ar quente e seco vai se estabelecer no País – podendo, até mesmo, ser mais forte do que duas primeiras registradas no começo deste ano.

No Espírito Santo, a projeção é que a região Sul registre temperaturas até 5ºC acima da média esperada para este período do ano. Nas outras regiões, são esperadas temperaturas 1ºC acima da média.

Além das temperaturas mais elevadas, a onda de calor também deve provocar baixos índices de umidade relativa do ar. De acordo com a empresa de meteorologia, o sistema é comum nesta época do ano, principalmente nas áreas do Centro-Sul do País.

No entanto, nos últimos anos as ondas têm ficado cada vez mais intensas, mais longas e com menor intervalo entre si. A onda de calor deve continuar até meados da segunda quinzena do mês, com previsão de chuvas próximas e abaixo da média climatológica. Com isso, a primeira frente fria do mês deve alcançar o País apenas a partir do dia 19 de setembro.

Procurada pela reportagem, a Coordenação de Meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) afirmou que são esperadas chuvas mais efetivas e frequentes no início da primavera, que começa no dia 22 de setembro.

“O período seco que começa com o inverno se estende até o começo da primavera, quando as chuvas mais efetivas tornam-se mais frequentes, geralmente na primeira quinzena de outubro”, explica o Incaper.

Ainda segundo o instituto, o cenário de tempo seco e escassez hídrica registrado neste inverno já era esperado. O Incaper, no entanto, ainda irá analisar a situação em comparação com períodos anteriores.

“A redução na quantidade de chuvas é normal nesta época do ano, associado ao período seco com baixa umidade relativa do ar. E, por ainda estarmos dentro do período menos chuvoso dentre as estações, não é possível dizer que o período está mais prolongado que em anos anteriores”, informou.

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