ES já tem nove casos de febre maculosa
Número se refere ao primeiro semestre deste ano. Doença causada pela picada do carrapato foi detectada em pacientes do interior
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Doença causada por picada de carrapato e que pode levar à morte, a febre maculosa tem gerado preocupação depois que quatro pessoas morreram da doença após um evento em uma fazenda no interior de Campinas, São Paulo.
No Espírito Santo, até o momento foram registrados nove casos neste ano, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), todos em municípios do interior.
Não há registro de mortes no Estado e nem de casos na Grande Vitória. Entretanto, a Prefeitura de Vila Velha informou que três casos estão em investigação. Um dos pacientes está internado.
Médica de Família e Comunidade e doutoranda em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Taynah Repsold explica que a doença é transmitida aos seres humanos pela picada de carrapatos infectados com bactérias do gênero Rickettsia, mas não há contágio de pessoa para pessoa.
“Os carrapatos são encontrados em diversas áreas, como mata, florestas, zonas rurais e regiões com presença de animais silvestres”.
A manifestação de sintomas é variada, podendo apresentar uma fase de sintomas gerais, como febre alta, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos, ou a fase específica, como vermelhidão nas pernas, mãos e pés. Já o tratamento é realizado com antibióticos.
Desde o ano passado, o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) passou a realizar exames de PCR para a febre maculosa, auxiliando no diagnóstico dos casos suspeitos.
Apesar do recurso adicional que é o exame, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, orienta tratamento o quanto antes para evitar o agravamento da doença.
“Se o paciente chega na unidade de saúde relatando sintomas após o contato com o carrapato, já é indicado entrar com o antibiótico e antecipar o tratamento”, disse.
“Ao identificar os sinais da doença, o ideal é que se procure rapidamente uma unidade de saúde”, acrescentou.
Quatro pessoas que estiveram em uma festa em Campinas, em São Paulo, morreram em razão da doença. As vítimas foram o piloto Douglas Costa, de 42 anos , e a namorada, a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, além de Evelyn Santos, de 28 anos, também dentista, e uma adolescente de 16 anos.
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No ano passado, foram 25 casos
A doença
Transmitida aos seres humanos pela picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii.
Infecção caracterizada por febre alta e elevada taxa de mortalidade.
Zonas rurais, de mata, floresta e com presença de animais silvestres são os principais ambientes onde o carrapato é encontrado.
Sintomas
Gerais: Febre alta, dor de cabeça, mal-estar, dor muscular, náuseas e vômitos.
Específico: Manchas avermelhadas nas pernas, mãos e pés, entre o 2º e 5º dia de evolução da doença.
Tratamento
Realizado com antibióticos (doxiciclina e cloranfenicol ).
O quanto antes for iniciado, maiores as chances de evitar o agravamento da doença.
Prevenção
- Evite áreas infestadas por carrapatos. Utilize repelente. O mesmo que espanta mosquitos também reduz as chances de picadas de carrapato.
- Dê preferência a roupas com mangas compridas e de cores claras, pois isso facilita a visualização dos carrapatos.
- Utilize calçados fechados.
- Se tiver cabelo comprido, mantenho-o preso e, se possível, utilize chapéu ou boné.
- Faça autoinspeção regularmente para verificar a presença de carrapatos.
Como eliminar o carrapato?
- Remova-o com o auxílio de uma pinça, realizando pequenos movimentos de torção.
- Não esmague o carrapato com as unhas nem com outro material. Isso pode liberar as bactérias e infectar áreas lesionadas.
- Evite puxar o carrapato diretamente, isso pode fazer com que a cabeça dele se desprenda e fique na pele.
- Utilize luvas no procedimento.
- Faça a limpeza da pele com água e sabão.
- Coloque o carrapato em um recipiente com álcool e o mantenha fechado para matá-lo.
Casos no ES
Até o momento, 9 casos foram confirmados, todos em cidades do interior. São elas: Afonso Cláudio (1), Barra de São Francisco (2), Colatina (1), Mimoso do Sul (2), Nova Venécia (1), Laranja da Terra (1) e Domingos Martins (1).
A prefeitura de Vila Velha informou que três casos estão sendo investigados. Um dos pacientes está internado.
Não há registro de mortes até o momento.
Em 2022, durante todo ano, foram 25 casos confirmados. Deste total, 14 pessoas foram curadas e 11 morreram.
Fontes: Sesa, prefeituras e especialistas consultados.
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