X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Dólar dispara e Bolsa do Brasil cai com guerra na Ucrânia

A moeda americana disparou 2,01%, fechando a sessão cotada a R$ 5,1040. O salto ocorreu um dia depois da divisa americana ter atingido o seu menor valor


O dólar teve forte alta nesta quinta-feira (24), dia em que os mercados globais foram sacudidos pelo início da guerra na Europa. A Rússia decidiu atacar a Ucrânia, naquilo que Kiev chamou de invasão total. É a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A moeda americana disparou 2,01%, fechando a sessão cotada a R$ 5,1040. O salto ocorreu um dia depois da divisa americana ter atingido o seu menor valor frente ao real desde o final de junho. Nesta quarta-feira (23), a divisa havia recuado 0,95%, a R$ 5,0030, o que na ocasião representou um tombo de 12,4% desde o pico de valorização neste ano, de R$ 5,71 em 5 de janeiro.

Com o início da ofensiva militar russa, porém, houve valorização global da moeda americana. Ela costuma ser mais procurada por investidores em períodos de incerteza. Isso explica a virada na taxa de câmbio no Brasil.

Outro efeito do temor gerado pela guerra nas finanças brasileiras foi a queda da Bolsa de Valores. O Ibovespa fechou em baixa de 0,37%, a 111.591 pontos. Mais cedo, o índice de referência do mercado acionário do país havia tombado 2,57%, recuando à mínima de 109.125 pontos.

Até esta quarta, antes da invasão russa à Ucrânia, investidores estrangeiros que enxergavam o Brasil como alternativa às baixas nas bolsas de economias desenvolvidas mantinham um forte fluxo de investimentos no mercado financeiro doméstico.

Analistas avaliavam que a crise na Europa até mesmo favorecia esse movimento. Semelhanças entre os setores de commodities de Brasil e Rússia fariam do mercado brasileiro um potencial refúgio de investidores obrigados a interromper negócios em Moscou, que sofrerá sanções econômicas.

Fundamentos que tornam o Brasil atraente para investidores internacionais continuam presentes, como real desvalorizado, Bolsa com ações baratas, valorização de commodities e, principalmente, uma taxa de juros muito alta em relação às principais economias.

O início de uma guerra, porém, faz investidores abandonarem fundamentos para adotarem medidas de proteção contra riscos de perdas, segundo Fernanda Mansano, economista-chefe da plataforma de investidores TC (Traders Club).

"Até então, a gente estava vendo um efeito carry trade com base no fundamento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos", diz Mansano.

Carry trade é como o mercado chama a prática de tomar crédito barato em países com juros baixos e aplicar em mercados com maior possibilidade de retorno.

"Agora, diante de uma situação de incerteza, pode haver fuga [do capital estrangeiro]. A chance de desvalorização cambial no curtíssimo prazo é real", comenta a economista. "Costumo comparar esses momentos como dirigir quando está chovendo muito. O que você faz? Para o carro, espera passar, porque não dá para enxergar o que está lá na frente."

Bolsas em todo mundo foram afetadas nesta quinta-feira.

Na Europa, o impacto do início da guerra sobre os mercados foi bem mais acentuado nesta quinta, onde os mercados fecharam antes do pronunciamento de Biden.

O índice que acompanha as 50 principais empresas de países que utilizam o euro como moeda desabou 3,63%. Os mercados de Londres, Paris e Frankfurt afundaram 3,88%, 3,83% e 3,96%, respectivamente.

Na Ásia, os principais índices acionários fecharam com quedas severas. Tóquio, Hong Kong e Xangai/Shenzhen despencaram em 1,81%, 3,21% e 2,03%, nessa ordem.

O barril do petróleo Brent, referência mundial para essa mercadoria, subia 1,56% no final da tarde, a US$ 98,35. Com isso, abandonava as máximas alcançadas pela manhã, quando disparou cerca de 8% e foi à casa dos US$ 105, maior valor desde 2014.

A Rússia é um dos principais produtores de petróleo e derivados, como o gás natural. Em meio à imprevisibilidade sobre a continuidade do abastecimento russo, sobretudo à Europa, temores de que uma quebra na oferta pressionam a cotação da commodity.

Após quase um dia inteiro flertando com a possibilidade de um novo fechamento negativo, os mercados de ações em Nova York apresentaram forte recuperação no final da tarde, após o presidente americano Joe Biden anunciar novas sanções contra a Rússia.

Na principal reação do mercado americano, o índice que acompanha as empresas do setor de tecnologia listadas na Nasdaq disparou 3,35%. Isso empurrou para cima o S&P 500, referência do mercado dos Estados Unidos, que fechou em alta de 1,50%.

O índice Dow Jones, que reúne três dezenas de grandes companhias americanas, subiu 0,28%, após ter iniciado um avanço tardio em relação aos seus pares.

A recuperação no principal mercado do planeta ocorreu, porém, a partir de um patamar já rebaixado nos últimos dias. Wall Street vem caindo devido à expectativa de que uma política monetária mais rígida para a contenção da maior inflação em 40 anos. O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) prevê elevar os juros de referência do país a partir do próximo mês.

O S&P 500 atingiu na última terça-feira (22) uma baixa de 10% em relação à sua pontuação recorde alcançada em 3 de janeiro deste ano. Quando um indicador recua a partir dessa porcentagem em relação ao seu nível mais alto, ele entra na chamada "zona de correção". Foi a primeira vez que isso ocorreu com esse indicador desde fevereiro de 2020, quando a Covid abalou mercados.

Parte da explicação para a virada após o discurso de Biden pode estar vinculada a concessões feitas a setores estratégicos para a economia global.

Biden bloqueou negócios das maiores empresas russas nos bancos dos EUA, inclusive da Gazprom, a gigante estatal de petróleo e gás. Mas o governo americano abriu exceções. Essas grandes empresas banidas da finança americana são autorizadas, por exemplo a fazer negócios relativos a energia (de exploração de combustíveis à produção, transporte etc.).

A escassez de combustíveis que pode ser provocada por limitações a esse segmento poderia resultar em uma aceleração ainda maior da inflação global, obrigando o Fed a acelerar ainda mais a alta dos juros americanos.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: