Detran alerta para riscos de bicicletas elétricas na saída de escolas
Com o aumento do número de adolescentes circulando com bicicletas elétricas, especialistas afirmam que é preciso ter cuidado
Escute essa reportagem

Diante do aumento da circulação de bicicletas elétricas nas ruas – até mesmo por adolescentes – o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) fez um alerta para a necessidade de atenção no trânsito, principalmente em áreas de escolas e locais com maior circulação de pessoas.
O gerente de Fiscalização de Trânsito do órgão, Jederson Lobato, explicou que as bicicletas elétricas – que atendam às exigências da regulamentação de 2023 – se equiparam a bicicletas convencionais. “Elas dispensam o registro de emplacamento e a necessidade de habilitação”.
Isso, destacou Jederson, tem feito com que muitos adolescentes e jovens circulem com esse tipo de equipamento, o que exige um zelo maior para evitar acidentes.
“A regra geral do Código Brasileiro de Trânsito é que os veículos maiores zelem pela segurança dos menores, que os motorizados zelem pelos não motorizados e que todos zelem pela segurança dos pedestres. É preciso que todos respeitem essa escala”.
Ele frisou que, em regiões com grande concentração de pedestres, todos os demais veículos precisam redobrar a atenção.
“Nós temos monitorado ocorrências de acidentes e problemas envolvendo esses veículos elétricos a fim de identificar eventuais pontos onde há uma necessidade maior de fiscalização ou de educação para o trânsito”.
Segundo Jederson, já foram realizadas algumas ações de fiscalização integradas com o Batalhão de Polícia de Trânsito, Guarda e Delegacia de Polícia de Trânsito.
“Vamos continuar com as ações de fiscalização”.
Um dos casos de acidentes registrados com veículos elétricos ocorreu na orla da Praia da Costa, em Vila Velha, quando um idoso, de 65 anos, que estava em uma bicicleta, foi atingido por um patinete elétrico desgovernado. Ele teve lesões pelo rosto.
Responsabilidade
O titular do 3º Distrito Policial de Vitória, delegado Diego Bermond, destacou que em casos de acidentes ocasionados na condução desses veículos elétricos, as vítimas podem registrar a ocorrência em uma delegacia.
“Mesmo que muitos não saibam, se a lesão corporal foi causada por uma condução perigosa, por exemplo, conduzindo em velocidade que não é compatível ou em um local que não é apropriado, isso pode resultar em uma investigação criminal e a responsabilização da pessoa”.
Ele ressalta que adolescentes merecem uma atenção especial.
“Pela natureza da idade, eles têm menos precaução no trânsito, o que pode ocasionar acidentes”, disse o delegado.
Opiniões


Saiba mais
Outros elétricos
Patinetes elétricos
Chamados de equipamentos de mobilidade individual autopropelido – como os patinetes elétricos e as “mini-scooters” –, esses veículos podem ter potência máxima de até 1.000 watts e velocidade de até 32 km/h.
Já a largura não pode ser superior a 70 cm.
As regras de circulação são as mesmas de bicicleta, podendo circular ciclovias, ciclofaixas e em vias com velocidade máxima de até 40 km/h.
Não há limitação quanto à idade, mas é indicado estar com equipamentos de segurança.
Ciclomotores
Conhecidos como motos elétricas, são veículos de 2 ou 3 rodas e com motor de combustão interna de até 50 cilindradas ou de motor de propulsão elétrica com potência de até 4 quilowatts. Velocidade máxima é de 50 km/h.
Os condutores só podem circular usando capacete e com calçado que se firme nos pés.
Devem ser conduzidos pela direita da pista de rolamento. É proibida a circulação sobre as calçadas, ciclovias e ciclofaixas.
É necessário ser habilitado na categoria A ou ter Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC).
Os ciclomotores devem ser registrados, licenciados e emplacados no
Cuidados
No trânsito
Especialistas apontam que, com o crescimento de equipamentos , como bicicletas e patinetes elétricos nas vias, até mesmo por adolescentes, é necessário que os condutores de outros veículos motorizados, redobrem a atenção, especialmente em regiões próximo a escolas.
Da mesma forma, os pais devem orientar os filhos que usam esses elétricos para os cuidados com pedestres e nas vias. Também devem garantir o uso de equipamentos de segurança, como capacete.
Aumento de furtos e roubos
A popularização dos veículos elétricos e o valor deles também têm levado ao aumento de furtos e roubos desses equipamentos.
Orientações
Ao sair da escola, academia ou do trabalho nas bicicletas elétricas não use fones de ouvido, pois eles diminuem o nível de alerta da pessoa.
Esteja sempre alerta na volta para casa, verificando o comportamento das pessoas que estão próximas. A recomendação é dar meia volta caso haja alguma atitude suspeita.
Evite locais desertos, principalmente, se estudar a noite.
Tenha cadeados e correntes reforçados para garantir a segurança dos equipamentos.
Em caso de assalto, não reaja e registre o boletim de ocorrência.
Fonte: Especialistas e polícia.
Análise: “Escolas precisam debater o assunto”

“A expansão dos tipos de mobilidade já faz parte do nosso dia a dia. Não é mais questão de futuro, mas de presente.
Nossa ideia de mobilidade ainda está muito focada em ônibus e veículos leves. No entanto, hoje, temos aumento forte de pedestres, motociclistas e, agora, dos ciclomotores elétricos, bikes e patinetes. No futuro próximo, vamos ter outros modais, e precisamos acompanhar a evolução deles.
No final, a sociedade busca reduzir o tempo de mobilidade e, ao mesmo tempo, aumentar a comodidade e segurança – com menores custos.
Nosso desafio está na cultura de trânsito. Muitos não entendem que uma bike elétrica é equipamento que faz parte do trânsito, com direitos e deveres.
A sociedade tem que se envolver, pois a tendência é aumentar bastante em curto espaço de tempo. Em breve, podemos ter mortes e lesionados nesses modais. Isso é algo que jamais gostaríamos que ocorresse em nosso ambiente.
Essa nova geração de jovens e adolescentes será protagonista desses novos modais. Mas vai precisar seguir regras, com comportamento seguro no trânsito. Hoje, o que vemos é que muitos dirigem em alta velocidade, usando celular, entre outras irregularidades.
As escolas precisam colocar esse tema em pauta urgente, ou de forma objetiva ou transversal nas disciplinas”.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários