“Chico deu novo sentido à minha vida”, conta tutora
Roberta Ximenes Bernardo conta que a chegada do cãozinho está ajudando em seu tratamento contra depressão e ansiedade
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O ano de 2024 não estava sendo fácil para a recepcionista Roberta Ximenes Bernardo, de 26 anos. Desde janeiro, ela estava em tratamento contra depressão e ansiedade.
Sem ânimo para fazer até mesmo as tarefas mais simples do dia a dia, como levantar da cama e manter a casa arrumada, Roberta, há quase três meses, encontrou um novo motivo para sorrir: Chico, o animal de estimação resgatado por ela e sua namorada, Bárbara Medeiros, 26.
“Chico deu um novo sentido à minha vida. Com ele, tenho motivo para manter a casa arrumada, levantar da cama, passear com ele, o que me faz sair de casa”, conta Roberta.
Adotar um cachorro já era um desejo que Roberta e Bárbara compartilhavam, até mesmo para servir de companhia para Roberta durante o tratamento.
“Um dia, enquanto a Bárbara ajudava o irmão no trabalho, ele apareceu. Na época, eu estava na casa da minha mãe, em Cachoeiro. Ela me mandou a foto dele, e resolvemos adotar. Naquele dia, ele foi para a casa do meu cunhado até eu voltar”.
“Apesar de ser um pinscher, ele é muito dócil e amoroso. Durante oito meses, meu tratamento ficou estagnado, sem melhora. Mas com a chegada do Chico, comecei a melhorar. Comecei a fazer as coisas, sair de casa e a viver um pouco. Estou começando a ter uma melhora na minha vida social”, relata.
A recepcionista conta que o amor pelo cãozinho foi algo genuíno. “Ao adotar, é como se o animal escolhesse a gente, e não o contrário. É um amor muito puro. Desde o primeiro dia em que ele chegou, tenho recebido um amor genuíno”.
Apesar do pouco tempo de convívio, Chico já consegue até sentir quando a tutora não está bem.
“Quando estou em um dia mais difícil, ele vem para perto. Fica no meu colo nos momentos em que estou triste ou chorosa”, relata Roberta.
A chegada de Chico movimentou Roberta e Bárbara para adaptarem à casa para o novo membro da família. “Compramos caminha, bebedouro, comedouro, brinquedos, tapetes e roupas para ele. Tenho conseguido, com ele, ter uma rotina mais leve e ser mais produtiva. Espero conseguir melhorar com o Chico ao meu lado e retomar a minha rotina”.
Pet melhora saúde mental do tutor
O bem-estar que a recepcionista Roberta Ximenes Bernardo, de 26 anos, tem sentido com a chegada do seu cãozinho Chico é comprovado cientificamente. Estudos apontam que conviver com pets pode ajudar, sim, no tratamento de ansiedade e depressão.
Uma pesquisa do Human Animal Bond Research Institute feita com dois mil tutores aponta que 74% relatam melhora na saúde mental em decorrência da relação com seus pets.
“A companhia de um pet pode oferecer diversos benefícios, principalmente em casos de pessoas que sofrem com depressão, como a redução da solitude e do isolamento”, destaca a médica veterinária Emilly Alves.
“A responsabilidade com o pet, que necessita de cuidado, alimentação e passeio, acaba gerando também um estímulo à atividade física”, destaca.
A psicóloga Marília Zanette, da Bluzz Saúde, pontua que ter um animal de estimação pode funcionar como um “facilitador social”. “Passear com o animal pode aumentar as oportunidades de interação com outras pessoas, reduzindo o isolamento e a ansiedade social”.
Marília explica ainda que se divertir na companhia do pet estimula a liberação de serotonina e dopamina, neurotransmissores associados ao prazer e bem-estar. “Durante o contato com o pet, há aumento na liberação de ocitocina, que promove sensação de segurança, afeto e conexão”.
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