Câncer de intestino, como o de Preta Gil, é um dos mais comuns entre brasileiros
De acordo com a estimativa mais recente do instituto, serão 45.630 novos casos de câncer no intestino no Brasil de 2023 a 2025
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A cantora Preta Gil foi diagnosticada nesta semana com um câncer no intestino, um dos tumores com maior taxa de incidência entre os brasileiros, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). De acordo com a estimativa mais recente do instituto, serão 45.630 novos casos de câncer no intestino no Brasil de 2023 a 2025.
O Inca inclui o câncer de intestino na categoria de tumores colorretais. A taxa para esse tipo de tumor é alta em todo o mundo, não apenas no Brasil. Entre homens brasileiros, apenas o câncer de próstata terá prevalência maior nos próximos três anos. Nas mulheres, os cânceres colorretais também estão em segundo lugar em prevalência no país, ficando abaixo somente do câncer de mama.
A projeção de agora é mais preocupante do que as do passado. Nas estimativas anteriores do instituto, o câncer colorretal não figurava na segunda posição para homens e mulheres. As razões para a mudança, no entanto, ainda não são bem definidas, afirma Alexandre Palladino, chefe da oncologia clínica do Inca.
Outra alteração observada nos últimos anos sobre esse tipo de câncer é o aumento de casos entre os jovens brasileiros. Tumores colorretais costumam ser diagnosticados em pessoas mais velhas, e por essa razão se recomenda fazer exames de rastreamento a partir dos 45 anos.
Mas o aumento dos diagnósticos entre os mais jovens tem preocupado especialistas, até porque é uma dúvida ainda em aberto. "Não temos uma explicação para isso", diz Palladino.
No caso da Preta Gil, o câncer é um adenocarcinoma, tipo de tumor que pode aparecer em outras regiões do corpo, explica Rachel Riechelmann, chefe de oncologia clínica do A.C.Camargo Cancer Center. Mesmo que possa ser observado em outras partes do organismo humano, é o adenocarcinoma que causa o maior número de cânceres no intestino.
As razões para o aparecimento de um câncer nessa região do corpo são várias -questões hereditárias, por exemplo. "O risco aumenta quando há algum parente de primeiro grau com câncer no intestino", diz Riechelmann.
Idade avançada também é um fator de risco para a doença. Além disso, é importante estar atento à alimentação: quanto mais rica em gorduras, alimentos ultraprocessados e carnes vermelhas for a dieta, maior a chance de surgimento do tumor. Por outro lado, uma alimentação rica em fibras é um fator preventivo, assim como a prática regular de atividades físicas.
O ideal é também ficar atento a alguns sintomas que podem ter associação com o câncer. Sangue nas fezes e dor na evacuação são exemplos de sintomas que normalmente aparecem quando o tumor está mais próximo do reto. Enquanto isso, sinais mais inespecíficos, como dor abdominal e fraqueza, normalmente aparecem quando o câncer está mais distante do reto.
Palladino concorda que é necessário observar esses sinais, mas diz que é importante manter a calma. "Não se deve entrar em desespero [...] porque há outras causas [para esses sintomas]", afirmou. Segundo ele, o melhor é procurar um médico para uma avaliação e, a partir daí, verificar a necessidade de realização de exames.
O principal desses testes é a colonoscopia, um tipo de endoscopia que avalia todo o intestino grosso. Se houver suspeita de um tumor, uma biópsia deve ser realizada para um diagnóstico certeiro.
O diagnóstico precoce é importante porque aumenta as chances de cura por meio de cirurgia de remoção do tumor. Em alguns casos, quando a doença é detectada no início, células ainda benignas podem ser identificadas e logo removidas, antes de evoluírem para um tumor maligno.
Por outro lado, se o câncer já se espalhou por outros órgãos, a quimioterapia é necessária.
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