Alerta para os salões: Anvisa aponta riscos a produtos alisantes
Anvisa destaca riscos associados a produtos alisantes, em especial os produzidos com formol, que podem fazer mal à saúde
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, na última segunda-feira (7), um novo alerta sobre os riscos associados a produtos alisantes, com destaque para os que contêm formaldeído (formol) e ácido glioxílico.
Diante de novo alerta, salões de beleza vêm adotando técnicas mais seguras, em conformidade com as normas sanitárias.

Um dos exemplos é o trabalho da empresária Regina Camargo, que atua há mais de 30 anos na área e é reconhecida por priorizar a saúde das clientes. “Não uso formol no salão. Quando o cabelo é aquecido com secador ou chapinha, esses produtos liberam gases extremamente tóxicos”.
Regina aposta no tioglicolato de amônio como uma alternativa segura. “Não estou dizendo que a amônia é boa, mas ela é a mais segura entre as químicas, na minha opinião. Está presente até nas colorações. É uma substância que, se bem aplicada, não agride o corpo nem entra na corrente sanguínea. Só exige mais técnica e conhecimento profissional”.
Renata Araújo, coordenadora de inspeção e fiscalização sanitária de sanitarizantes e cosméticos da Anvisa, ressaltou que todos os alisantes capilares devem ser registrados pela agência reguladora.
“Desde janeiro de 2023 até abril de 2025, 30% das publicações de medidas sanitárias foram relativas a produtos alisantes irregulares”.
Ela orienta consumidores e profissionais a consultarem uma lista de alisantes autorizados, disponível na página Estética com Segurança, no site da Anvisa.
“Hoje temos 695 alisantes regularizados. Essa consulta é essencial para proteger a saúde e garantir um serviço seguro”.
O dermatologista Ricardo Tiussi, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia da regional Espírito Santo, alerta para os danos à saúde provocados por esses produtos irregulares. “Os vapores tóxicos liberados afetam não só quem está fazendo o procedimento, mas também o profissional que aplica. Irritam olhos, nariz, pele e podem causar bronquite e até câncer”.
Ele reforça que salões devem ser bem ventilados e os profissionais precisam utilizar óculos, luvas e máscaras apropriadas. “Existem produtos mais seguros autorizados pela Anvisa, feitos à base de hidróxido de sódio, o hidróxido de cálcio e o tioglicolato de amônio, além das alternativas naturais”.
Saiba Mais
Alisamento capilar sem formol
Profissionais conscientes estão adotando técnicas que não utilizam formol nem substâncias proibidas, como o ácido glioxílico.
O tioglicolato de amônio é uma das alternativas mais seguras, aprovado pela Anvisa, e vem sendo usado por salões comprometidos com a saúde das clientes.
Formol é proibido e perigoso
O uso de formol como agente alisante é proibido no Brasil. Ele só é permitido em cosméticos como conservante (até 0,2%) ou endurecedor de unhas (até 5%).
Quando aquecido, o formol libera gases tóxicos, que podem causar reações alérgicas, irritações, queda de cabelo e, em casos graves, câncer.
Uso ilegal pode configurar crime
Adicionar formol a cosméticos configura uma infração sanitária grave e pode ser considerado crime hediondo.
Produtos sem registro ou adulterados também são ilegais e colocam em risco a saúde pública.
Alternativa aprovada
Utilizado em colorações e alisamentos, o tioglicolato de amônio é uma substância com histórico de uso seguro, desde que aplicada por profissionais qualificados.
Ele exige conhecimento técnico mais aprofundado por parte do profissional, mas proporciona bons resultados, sem os riscos do formol.
Riscos vão além do cabelo
Produtos com formol e similares afetam não apenas o couro cabeludo, mas também olhos, vias respiratórias e até o sistema imunológico.
Os gases liberados podem causar bronquite, irritações e agravar doenças autoimunes, especialmente quando isso ocorre em ambientes fechados e sem ventilação.
Como saber se o produto é regularizado?
A Anvisa mantém, em seu site, uma lista pública atualizada com todos os alisantes autorizados, disponível em Estética com Segurança.
Tanto consumidores quanto profissionais devem consultá-la antes de usar qualquer produto.
O portal também permite denunciar produtos suspeitos ou irregulares, por meio do canal FalaBR.
Profissionais também devem se proteger
Segundo especialistas, cabeleireiros devem trabalhar em locais ventilados e utilizar equipamentos de proteção, como luvas, óculos e máscara, especialmente se manipulam produtos químicos.
A exposição contínua a gases tóxicos pode afetar a saúde humana a longo prazo.
Produtos feitos a partir de hidróxido de sódio, hidróxido de cálcio e tioglicolato de amônio são liberados pela Anvisa.
Alternativas naturais
Alguns produtos oferecem alisamento leve, com base em ingredientes como óleos vegetais e proteínas hidrolisadas.
Embora o efeito não seja definitivo como os alisantes químicos, eles representam uma opção para quem deseja manter os fios alinhados sem comprometer a saúde.
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