‘Vítimas são só os policiais’, diz governador do Rio; Defensoria aponta 132 mortos
Operação foi a mais letal da história do estado
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse nesta quarta-feira, 29, que as únicas vítimas da megaoperação são os policiais mortos. A declaração foi dada em coletiva de imprensa, logo após a Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmar que há 132 mortos na ação contra o Comando Vermelho (CV).
“Aquelas foram as verdadeiras quatro vítimas. De vítimas, ontem, só tivemos os quatro policiais”.
A operação foi a mais letal da história do estado. Moradores do Complexo da Penha, na zona norte carioca, um dos locais onde houve a operação, levaram ao menos 60 corpos para a Praça São Lucas durante a madrugada e o início da manhã desta quarta-feira, 29, após.
Mais cedo, à TV Globo, o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse que os cadáveres levados pelos moradores não estavam na contagem. O governo, porém, não atualizou o balanço oficial.
O governo Cláudio Castro (PL) defendeu ainda o “sucesso” da ofensiva - que envolveu 2,5 mil policiais, blindados e helicópteros - para avançar sobre um território dominado pelo crime organizado. O CV chegou a usar drones com bombas na reação, o que expôs o poder bélico dos traficantes.
“Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui”, disse Jéssica, uma moradora em frente à fila de corpos na manhã desta quarta. “Ninguém nunca viu no Brasil o que está acontecendo aqui”, afirma Jéssica.
O ativista Raull Santiago, diretor do Instituto Papo Reto, afirmou no Instagram que os corpos foram encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia. Segundo ele, a Defesa Civil Estadual está no local para retirar os corpos.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) disse na terça-feira, 28, que a megaoperação das polícias Civil e Militar do Estado, com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro, contra integrantes do Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, deixou 64 mortos - destes, quatro eram policiais. Não há a confirmação de que os corpos localizados na Serra da Misericórdia constam nesse número ou se são outros, o que elevaria o número de mortos.
Procurados, a Polícia Militar e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro não responderam a tentativa de contato do Estadão.
O Rio de Janeiro voltou ao estágio 1 às 6h desta quarta-feira, de acordo com o Centro de Operações da Prefeitura. No momento, os meios de transportes operam normalmente. Todas as vias estão liberadas para o tráfego de veículos.
A região havia entrado no estágio 2 às 13h48 de terça-feira, devido a ocorrências policiais que interditaram, de forma intermitente, diversas ruas das zonas norte, oeste e sudoeste da cidade, impactando os modais de transportes e a locomoção da população pela cidade.
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