VÍDEO: ‘Resultado da autópsia foi um caos, absurdo’, critica irmã de brasileira morta na Indonésia
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A família de Juliana Marins, brasileira de 26 anos que morreu ao cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, conheceu por meio da imprensa o resultado da autópsia que indicou a causa da morte dela.
Os parentes dela foram chamados ao hospital, mas, antes que chegassem, o médico legista responsável pelo exame concedeu uma entrevista coletiva e divulgou o resultado. Foi o que contou Mariana Marins, irmã de Juliana, em vídeo publicado na noite desta sexta-feira no perfil do Instagram dedicado às informações sobre o caso.
“O resultado da autópsia foi outro caos, outro absurdo”, afirmou Mariana. “Minha família foi chamada ao hospital para receber o laudo, porém, antes que eles chegassem, que tivessem acesso ao laudo, o médico legista achou de bom tom fazer uma coletiva de imprensa para falar pra todo mundo que estava dando o laudo, em vez de falar pra família antes”, narrou.

No mesmo vídeo, Mariana repete críticas à demora no resgate da irmã, dizendo que ela “não resistiu ao descaso e à negligência”.
A autópsia, segundo Ida Bagus Alit, médico legista responsável, concluiu que Juliana morreu em decorrência de hemorragia interna, cerca de 20 minutos depois de uma das quedas. Mas, o exame do corpo não permitiu precisar após qual das quedas a morte ocorreu. Juliana caiu mais de uma vez, já que foi vista inicialmente a 300 metros da trilha, mas acabou resgatada a 600 metros dela.
“Os indícios mostram que a morte foi quase imediata, devido à extensão dos ferimentos, fraturas múltiplas, lesões internas, praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax”, disse Ida Bagus Alit, médico legista responsável pela autópsia, durante a coletiva de imprensa concedida antes de conversar com a família da brasileira.
De acordo com o especialista, o exame mostrou que ela sofreu um trauma contundente, com danos principalmente à caixa torácica. “Encontramos arranhões e escoriações, assim como fraturas no tórax, ombro, coluna e perna. Essas fraturas ósseas causaram danos a órgãos internos e sangramento”, afirmou o legista.
Ele descartou a possibilidade de hipotermia, o que poderia indicar que a demora no resgate foi o que causou a morte. Segundo o médico, não havia sinais típicos de quem passa pela condição de hipotermia, como lesões no dedo causadas pelo frio. “A principal causa de morte foram ferimentos na caixa torácica e nas costas“, disse.
“Havia um ferimento na cabeça, mas nenhum sinal de hérnia cerebral, que geralmente ocorre várias horas ou até vários dias após o trauma. Além disso, no tórax e no abdômen, houve sangramento significativo, mas nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramento lento, o que sugere que a morte ocorreu logo após os ferimentos”, explicou.
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