RS tem previsão de novo ciclone e estado já sofre com cheias
As chuvas no estado mataram 47 pessoas e outras nove ainda estão desaparecidas
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Já castigado pelas enchentes da semana passada, o Rio Grande do Sul deve seguir sob forte chuva até quinta (14) graças à formação de mais um ciclone extratropical na costa do estado, que pode provocar rajadas de vento de até 80 km/h no litoral e na região metropolitana de Porto Alegre.
Conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), os maiores acumulados de chuva vão se concentrar entre a faixa central, o sul e o oeste do Rio Grande do Sul -são esperados entre 100 e 150 mm de chuva e acumulados pontuais de 200 mm até quinta. Na faixa norte e nordeste do estado, a chuva pode ficar entre 80 e 100 mm.
Em Porto Alegre, nas zonas norte e sul, áreas em que alagamentos são frequentes em dias de chuva volumosas, há diversos pontos em que a água tomou conta da pista. Em um viaduto na Rua Voluntários da Pátria, próximo à Arena do Grêmio, um carro ficou boiando na água acumulada e o motorista teve de sair pelo teto solar.
Desde segunda (11) chove forte nos municípios da fronteira oeste e na metade sul do estado. Com a cheia dos rios que banham a região, 600 pessoas tiveram de deixar preventivamente suas casas até a noite desta terça (12).
Em Uruguaiana, o rio Uruguai havia subido 14 centímetros acima da cota de inundação no final da terça-feira, levando cerca de 70 pessoas a saírem de casa. Em Rosário do Sul, também na fronteira oeste, mais de 170 pessoas estão abrigadas no ginásio municipal.
Na região sul do estado, em Pedro Osório, o rio Piratini já invade residências às suas margens. Jaguarão, Pelotas, Rio Grande e Tapes, municípios da região hidrográfica da Lagoa dos Patos, também registram alagamentos. Também na zona sul, em Camaquã, uma viatura da PRF (Polícia Rodoviária Federal) foi arrastada pela força da água na BR-116.
Conforme a PRF do RS, houve o rompimento de um açude no local, que inundou e interditou a pista. Os dois policiais que estavam na viatura não se feriram.
De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do RS, o rio Ibirapuitã, em Alegrete, e o rio Santa Maria, em Rosário do Sul, estão em alerta para alagamentos, cheias e inundações -mas não para enxurradas como as que ocorreram no Vale do Taquari na semana passada, a região mais afetada.
Por ora, não há preocupação de novos danos significativos na região, como nos últimos dias. Os municípios de Roca Sales e Muçum foram quase totalmente afetados e houve danos severos em outras sete cidades: Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Encantado, Estrela, Lajeado, Santa Tereza e Venâncio Aires.
Conforme boletim da defesa Civil do RS divulgado na manhã desta quarta (13), há 2.318 pessoas em abrigos. Outras 20.517 pessoas tiveram de sair de suas casas e estão hospedadas em outros locais, como casa de familiares.
O retorno da chuva à região desde a noite desta terça, porém, dificulta o trabalho de limpeza dos municípios e a busca por nove pessoas que ainda estão desaparecidas.
O Governo do Rio Grande do Sul divulgou na terça os nomes dos desaparecidos. Entre eles está a Ariel Delmo Armani, 25, esposa de Miguel Rutigliano, morador de Lajeado que perdeu os dois filhos bebês na enxurrada no dia 5. Os corpos das crianças já foram localizados e sepultados. As chuvas no estado mataram 47 pessoas.
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