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Brasil

Reunião da Comissão de Agricultura termina com bate-boca entre Marina Silva e deputado


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O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, Evair de Melo (PP-ES), criticou a titular da Pasta do Meio Ambiente, Marina Silva, e bateu boca com a ministra ao fim da reunião. O deputado, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, sugeriu que a ministra havia sido "adestrada" para comparecer a reunião, ao que Marina o contestou.

"Quero repudiar a forma de vitimização que, mais uma vez, essa ministra se comporta aqui na casa do povo. A retórica é conhecida e já enfrentei muitas vezes no plenário. O media training da ministra, tem que dar parabéns a quem a treinou. Até esse adestramento para ter essa postura", disse Evair, sendo interrompido logo em seguida por Marina.

"Quem é que é adestrado? Tenha santa paciência. O senhor não vai me dizer que sou uma pessoa adestrada", respondeu a ministra.

O deputado, em seguida, continuou: "Nenhum questionamento objetivo dos parlamentares foi respondido. A ministra claramente traz uma retórica de militância. Quero lamentar que com essa condução vamos virar fumaça e cinza. Não vou retirar nenhuma palavra dita, muito menos as verdades, mentiras e suposições com que as ministras se referiu ao agro brasileiro. Fico impressionado."

Evair de Melo, então, provocou a ministra a citar declarações antigas de Marina em relação ao presidente Lula.

"Façam uma pesquisa simples: Marina Silva, Lula, corrupto. Sim, em muitas ocasiões Marina Silva classificou Luiz Inácio Lula da Silva como corrupto. Em 2018, ela destacou que Lula havia sido condenado em 2ª instância e tinha que pagar pelos crimes que cometeu", afirmou. Logo em seguida, a reunião foi encerrada.

Mais cedo, a ministra discutiu com deputados da oposição. O próprio presidente da comissão bateu boca com a ministra em alguns momentos. Deputados acusaram Marina de não responder aos questionamentos. Em vários momentos, deputados dirigiram-se à ministra com tom de voz elevado, com dedos em riste, troca de acusações e ânimos alterados.

A ministra, por sua vez, disse que comparece à comissão quantas vezes for necessária e que não teme e citou vários trechos bíblicos.

Em discussão acalorada com a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), que disse que a ministra deveria deixar o cargo, Marina chamou-a indiretamente de ambientalista por conveniência.

"Capacho é quem faz discurso de encomenda. Mesmo conhecendo a biografia de uma pessoa, faz discurso de encomenda, para fazer lacração. E vem aqui fazer acusações inverídicas. Isso é ser capacho", disse a ministra, sendo aplaudida pela plateia. "Quem nunca fez nada pelo meio ambiente e agora vem aqui com papel de ambientalista de conveniência", afirmou a ministra, mencionando defesa da política ambiental por sinceridade ou por hipocrisia.

Marina questionou a condução do presidente da comissão e citou que, na condição de convidada, estava sendo alvo de palavras ofensivas e baixo calão. "Vossa excelência está com dificuldade de presidir", disse a ministra.

Evair rebateu que não iria responder porque aprendeu a lidar com ignorância na vida política e Marina retrucou: "Deveria aprender a suportar a própria ignorância."

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