Policial que atirou em entregador no Rio diz que disparo foi 'acidental'
José Rodrigo alegou que discutiu com o entregador porque a vítima se recusou a subir com o delivery até o apartamento dele

O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, preso por atirar no entregador de aplicativo Valério Junior, no Rio de Janeiro, alegou que o disparo foi "acidental".
José Rodrigo alegou que discutiu com o entregador porque a vítima se recusou a subir com o delivery até o apartamento dele. "Em dado momento dessa discussão, segundo ele [o policial], a arma dele disparou acidentalmente e atingiu o motoboy", declarou o delegado Marcos Buss, em entrevista ao Bom Dia Rio (TV Globo).
Delegado contrariou versão de Ferrarini e destacou que o suspeito assumiu o risco de matar a vítima. "Constatamos que, pela própria dinâmica, essa disparo foi voluntário. Uma pessoa que aponta uma arma de fogo para a outra, seja em qualquer parte do corpo, e puxa o gatilho, no mínimo assume o risco de causar a morte".
Entregador disse estar aliviado com a prisão preventiva de Ferrarini. "O cara foi preso, graças a Deus. Agora eu me sinto mais tranquilo de poder resolver essas questões, de poder andar na rua, e deixar a Justiça fazer jus", disse ao Bom Dia Rio.
Valério explicou que ainda está com a bala alojada no pé direito. O entregador disse que passará novamente por um médico, que avaliará a possibilidade de extrair o projétil. "Vai depender de o médico falar se dá para tirar, se continua, se tem sequela ou não".
ENTENDA O CASO
José Rodrigo da Silva Ferrarini atirou no pé de Valério Junior na noite da sexta-feira (29). Na ocasião, a vítima foi até o endereço do policial para entregar um pedido, mas o agente se recusou a retirar encomenda na portaria e pediu ao entregador que subisse até seu apartamento.
Valério se recusou a subir, o agente decidiu armado e deu início a uma discussão. Parte da confusão foi gravada pelo entregador que, na sequência, leva o tiro no pé.
O atirador ainda pede pelo pacote e questiona porque o entregador está filmando a situação. Mesmo ferido, a vítima — o entregador Valério Júnior — segue gravando. "O que é isso, cara?". Em seguida, Valério começa a pedir por ajuda a vizinhos, e diz que também é morador da região.
Atirador é um policial penal da ativa. Em nota, a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) confirmou a identidade do atirador e disse que a "conduta atribuída ao servidor ocorreu fora do exercício de suas funções". A Corregedoria da Seap acompanha o caso, complementa a Secretaria.
Plataforma diz que pedidos devem ser deixador no portão ou portaria. Em nota, o iFood disse lamentar o ocorrido e que está oferecendo suporte jurídico e psicológico à vítima, além de estar colaborando com as autoridades sobre o caso.
"O iFood esclarece também que a obrigação do entregador é deixar o pedido no primeiro ponto de contato, seja o portão da casa ou a portaria do prédio. Essa é a recomendação passada aos entregadores e aos consumidores. Em 2024, a empresa lançou no Rio de Janeiro a campanha Bora Descer, que tem o objetivo de incentivar os clientes a irem até a portaria de seus condomínios para receber os pedidos de delivery, como forma de respeito aos entregadores", diz nota do iFood.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários