Polícia prende grupo por venda de maconha e lubrificante à base da erva
Grupo mantinha perfis em redes sociais por meio dos quais faziam a publicidade dos produtos e o contato com a clientela
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A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou nesta terça-feira (24) uma operação que desmantelou um esquema de venda de maconha e derivados. Os produtos eram enviados para todo o país via Correios. A investigação contou com o apoio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), da Receita Federal, dos Correios e da Polícia Civil de Goiás.
O grupo mantinha perfis em redes sociais por meio dos quais faziam a publicidade dos produtos e o contato com a clientela. Havia recomendações para usos variados, de tratamentos para pets a Alzheimer.
A erva era usada para a produção de óleos, protetor labial, lubrificante vaginal, brownie com cogumelo, droga in natura e haxixe. O óleo do estrato da flor era um dos produtos mais caros vendidos e chegava a R$ 1.700.
O lubrificante era um produto importante ao faturamento. Conhecidos no país como "xapa xana", lubrificantes à base de óleo de Cannabis prometem orgasmos mais intensos, mas não há comprovação científica.
Três pessoas entre 27 e 29 anos foram presas por suspeita de tráfico de drogas, associação para o tráfico, curandeirismo, exercício ilegal da medicina e crime ambiental, este último por inserir plantas exóticas que pode prejudicar o ecossistema local.
Segundo a investigação, o esquema era comandado por um casal de Anápolis, mas que mora em Pirenópolis, ambas em Goiás. Além dos dois, uma mulher foi presa em flagrante em Brasília. Contra o casal havia também mandados de prisão preventiva (sem prazo).
O esquema era investigado pela Cord (Coordenação de Repressão às Drogas) da polícia do DF desde janeiro. Além das prisões, os agentes encontraram a plantação, duas estufas grandes na casa do casal em Pirenópolis, um laboratório e pacotes de produtos embalados e prontos para envio.
"A grande questão é que eles vendiam óleo de Cannabis, com posologia, indicando para tratamentos. A questão não é nem moral, mas eles vendiam produtos que não têm condições de ser remédio, como se remédio fosse. E mesmo remédio tem que ter controle", afirmou o delegado Waldek Fachinelli.
O casal já tinha sido alvo de uma abordagem policial, mas, segundo a polícia, afirmou que tinham a erva em casa para uso medicinal. Depois disso, teriam se mudado para Pirenópolis.
O delegado afirma que a equipe manteve contato com a Anvisa para ter informações sobre o funcionamento de um laboratório para Cannabis medicinal. De acordo com ele, o porte do laboratório do grupo não é capaz de suportar uma produção que extraia o CBD (canabidiol) de forma segura. Diferentemente de outros componentes, como o THC, o CBD não tem nenhum efeito alucinógeno ou psicoativo.
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