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Brasil

PF abre dois inquéritos para investigar suposta ação criminosa em incêndios em SP

Já haviam sido abertos 29 inquéritos no País para investigar queimadas no Pantanal e na Amazônia


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A Polícia Federal decidiu abrir dois inquéritos para apurar supostas ações criminosas nos incêndios que ocorrem no interior de São Paulo. O assunto foi discutido em reunião na tarde deste domingo, 25, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o diretor-geral da PF, Andrei Passos, os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.

Já haviam sido abertos 29 inquéritos no País para investigar queimadas no Pantanal e na Amazônia. "As investigações são para saber se tem uma ação intencional, no caso de São Paulo. Nos outros casos, têm fortes suspeitas, sim, de ação intencional. São Paulo também, por isso está sendo investigado", disse Marina, em entrevista coletiva após a reunião, que ocorreu no Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PrevFogo) do Ibama, em Brasília.

A ministra ressaltou que a abertura dos inquéritos pela PF têm relação também com o impacto no transporte aéreo, com a suspensão de atividades em aeroportos por causa da fumaça. "É uma verdadeira guerra contra o fogo e contra a criminalidade", declarou Marina.

"Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias tenha tantas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios", emendou, ao classificar a situação como "atípica". Segundo Marina, há suspeitas de que possa estar acontecendo um novo "Dia do Fogo", como ficou conhecido o episódio em que produtores rurais da Região Norte fizeram uma ação conjunta para incendiar áreas da Amazônia, em 2019.

De acordo com a ministra, a orientação de Lula na reunião extraordinária sobre os incêndios foi para que as autoridades federais trabalhem em conjunto com os governadores e prefeitos no combate às queimadas.

"Especificamente com relação a São Paulo, mobilizamos as nossas 15 delegacias espalhadas no interior, a nossa superintendência regional, coordenado pela diretoria de Amazônia Meio Ambiente em Brasília, para que a gente possa identificar as questões que envolvem as queimadas", disse Andrei Passos. O diretor da PF afirmou que são necessários dois inquéritos em SP porque há competências territoriais distintas.

Para Padilha, deve haver crime nos incêndios. "Minha avó fala que 'se há fumaça, há fogo'. Se ela estivesse viva, ela iria dizer 'se tem fogo coordenado ao mesmo tempo, de forma atípica, deve ter crime'", afirmou o ministro.

O governo disponibilizou aeronaves das Forças Armadas para ajudar no combate aos incêndios, mas, segundo Marina, uma delas não conseguiu decolar em Brasília por causa da fumaça no céu. A ministra disse que a fumaça na capital federal é resultado de queimadas no entorno da cidade e em outras regiões.

Marina também defendeu as ações do governo contra incêndios e disse que, se o desmatamento não tivesse sido reduzido ano passado, a situação hoje estaria pior.

"O governo federal tem responsabilidade pelas áreas federais, unidades de conservação, mas atuamos em todas as áreas, inclusive em propriedades privadas. Diferentemente do desmatamento, você não fica com um agente dentro da sua fazenda ou casa verificando se vai colocar fogo. Portanto, não tem como dizer que é uma falha, porque as campanhas de conscientização, todos os processos vêm sendo feitos", declarou.

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