O que se sabe sobre o caso da menina de 12 anos deixada morta em calçada de BH
Suspeito foi flagrado por câmeras de segurança entrando em uma casa acompanhado da criança e saindo, horas depois, carregando a menina no colo
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A Justiça de Minas Gerais manteve na prisão um suspeito de matar e abandonar na rua uma menina de 12 anos, encontrada numa calçada, na última terça-feira, 16, em Belo Horizonte. O suspeito, de 25 anos, foi levado à audiência de custódia, nesta quinta-feira, 18, e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela juíza Juliana Miranda Pagano.
A identidade do suspeito não foi divulgada e a reportagem não conseguiu localizar o responsável por sua defesa até a publicação deste texto. Entenda a seguir o que se sabe sobre o caso.
O que aconteceu com a menina encontrada morta na rua em Belo Horizonte?
O suspeito foi flagrado por câmeras de segurança entrando em uma casa acompanhado da criança e saindo, horas depois, carregando a menina no colo, aparentemente desacordada. A Polícia Civil investiga indícios de estupro de vulnerável, o que o suspeito nega.
O que comprova a ligação do suspeito com a vítima?
Imagens de câmeras de monitoramento mostram quando a menina Ana Luíza Gomes entra em um imóvel na companhia do suspeito, no bairro Bela Vitória, região nordeste da capital mineira. Cerca de três horas depois, ele saiu do local carregando a vítima no colo e a abandonou na calçada, aparentemente desacordada.
O homem entrou na mesma casa e fechou a porta. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado por pessoas que passavam pelo local e constatou que a menina estava morta.
O que ele alega sobre o caso?
Com base nas imagens das câmeras, a Polícia Militar localizou e prendeu o suspeito. Ao ser ouvido na Polícia Civil, o rapaz alegou que tinha conhecido a menina em um campo de futebol e que ela pedira água, pois estava com dificuldade para respirar.
Ele a levou para casa e disse que usou drogas com Ana Luíza e a garota teria "apagado". Ele tentou socorrê-la e, como não conseguiu, a deixou na calçada.
O que diz a polícia sobre o caso?
Conforme a polícia, o suspeito já havia sido investigado anteriormente por estupro, furto e tráfico. A casa onde os fatos se deram, pertencente a um parente, seria usada por ele para consumo de drogas e práticas sexuais. Um preservativo usado foi apreendido no local e passa por exames.
Nesta quarta, os delegados Adriano Ricardo Soares, chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida, Alessandra Wilke, chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, e Leandro Alves Santos, titular da Delegacia Especializada em Homicídios - Leste, falaram sobre o caso.
Conforme o delegado Santos, o suspeito já responde a processo por crime sexual. "Ele foi indiciado por homicídio, mas, pelo histórico, pelo preservativo que foi encontrado lá e pelo fato do local ser destinado a práticas sexuais, suspeitamos do estupro", afirmou Santos.
Segundo ele, só os laudos da perícia no corpo da garota e no material coletado na casa do suspeito podem comprovar se houve violência sexual. Os laudos devem ficar prontos em dez dias. Ao Estadão, a Polícia Civil informou que as investigações prosseguem com a realização de outras diligências e a conclusão dos laudos periciais.
O que diz a Justiça sobre o caso até aqui?
Em sua decisão, a juíza lembrou que, embora o suspeito seja réu primário, ele já responde a ações penais pela prática dos delitos de tráfico de drogas e estupro de vulnerável.
"Além do exposto, denota-se que o flagranteado foi preso em flagrante em 08/12/2022 e 16/11/2023, sendo que, nesta última, foi preso em flagrante pela prática do delito de tráfico de drogas, ocasião em que teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva, sobrevindo a sua liberdade em 13/12/2023, oportunidade em que lhe foram impostas medidas cautelares diversas da prisão", descreveu.
O corpo de Ana Luiza foi sepultado na quarta-feira, 17, no Cemitério da Saudade. Familiares da menina pediram justiça. Segundo os parentes, o suspeito não é conhecido da família. Eles também negaram que a garota fizesse uso de drogas. Antes de sua morte, a menina recebia atendimento psicossocial no Centro de Referência em Saúde Mental Infanto-Juvenil (Cersami), mantido pela prefeitura de Belo Horizonte.
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