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Brasil

Mulher envolvida no caso do idoso morto em banco revela como dinheiro seria gasto

Suspeita foi presa em flagrante, na terça-feira (16), ao levar o idoso já morto para sacar R$ 17 mil


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Imagem ilustrativa da imagem Mulher envolvida no caso do idoso morto em banco revela como dinheiro seria gasto
Mulher segurava a cabeça do suposto tio e pedia que ele assinasse o documento |  Foto: Reprodução / TV Globo

A mulher, de 43 anos, suspeita de levar um parente já morto para sacar um empréstimo em um banco afirmou a policiais que o idoso -Paulo Roberto Braga, 68- queria o dinheiro para comprar uma televisão e reformar a casa na qual morava em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Ela foi presa em flagrante nesta terça (16) por suspeita de levar o idoso já morto para sacar R$ 17 mil na agência bancária.

A reportagem teve acesso ao primeiro depoimento da suspeita aos investigadores. Nele, ela afirmou que há cerca de uma semana seu tio passou mal dentro de casa e foi levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Bangu, na qual ficou internado por cinco dias com quadro de pneumonia.

A Fundação Saúde, que faz a gestão da UPA, confirmou essa versão. Em nota, a entidade disse que Paulo deu entrada na unidade no dia 8 de abril e, após tratamento, teve alta no dia 15 -ou seja, um dia antes de ser levado ao banco.

A mulher disse no depoimento que o idoso ficou sob seus cuidados após ser liberado pelos médicos. Ela afirmou que costuma cuidar dele pois os dois são vizinhos.

Ao receber alta, Paulo teria dito a ela que havia solicitado o empréstimo de R$ 17 mil, que teria sido feito a uma empresa no dia 25 de março.

"O empréstimo não foi realizado pelo banco e sim por uma empresa. Para sacar o dinheiro ele precisava ir até o banco e assinar", disse o delegado Fábio Souza, que investiga o caso. Ele não explicou como exatamente teria funcionado o empréstimo, nem qual a empresa responsável.

O delegado confirmou que a mulher e Paulo são parentes, mas afirmou que existe um erro de registro na árvore genealógica da família. Por isso, disse que eles são primos, embora ela o chame de tio.

A mulher teria passado em um shopping antes de ir para a agência onde ocorreu o caso, que fica em um calçadão. Lá, teria inicialmente pegado a cadeira de rodas e tentado comprar um celular, além de sacar dinheiro. A polícia ainda apura se essa sequência de fatos aconteceu.

Imagens de câmeras de segurança mostram a mulher no estacionamento do Shopping Bangu, onde fica a agência no qual aconteceu o caso. No vídeo, ela desce do carro de aplicativo e coloca o tio na cadeira de rodas com a ajuda do motorista -que ainda não foi ouvido pela polícia.

Ainda em seu depoimento, a suspeita disse que Paulo "mostrou desejo de retirar o dinheiro [do empréstimo] pois queria comprar uma televisão e realizar uma reforma em sua residência".

Ela disse também que "seu tio antes de sair de casa e dentro da agência estava consciente, embora debilitado" e que no momento de "receber atendimento que percebeu que seu tio parou de responder".

Segundo o depoimento, Érika afirmou ainda que "chamou seu tio, tentando acordá-lo, mas sem sucesso; que ao perceber a situação a gerente do banco chamou o Samu".

O médico do Samu passou a fazer, então, manobras de RCP (Ressucitação Cardiopulmonar). Segundo ela, seu tio chegou a responder aos estímulos, mas depois parou.

Ela apresentou aos policiais o receituário médico do idoso, além da nota fiscal com a compra de medicamentos.

"No momento em que chegou à delegacia a declarante se encontrava em estado emocional abalado e sob o efeito de medicação de uso controlado. Por isso, estava com seus reflexos desestabilizados e sem controle normal de seus sentidos devido aos efeitos da medicação", afirma o texto do depoimento.

A mulher disse ainda que é paciente bariátrica e que possui uma filha de 14 anos, que precisa de cuidados.

Sua advogada, Ana Carla Corrêa afirma que confia na inocência da cliente e que Paulo chegou com vida ao banco.

O médico do Samu que fez o atendimento afirmou em seu depoimento que o idoso apresentava marcas roxas características de quem havia morrido havia duas horas - a suspeita chegou ao shopping às 13h02, a gerente do banco afirma que o atendimento ocorreu por volta das 15h.

"É indiferente se ele morreu dentro ou fora do banco. O fato é que ela, vendo que ele já não respondia estímulos, insistia no empréstimo, segurava a caneta para ele assinar. Isso caracteriza a fraude", disse o delegado.

Peritos legistas irão atestar a causa da morte de Paulo. A suspeita segue presa e aguarda audiência de custódia.

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