Mulher agredida com mais de 60 socos passará por cirurgia de reconstrução da face
No laudo consta que a vítima tinha fraturas na face e na mandíbula
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A mulher agredida pelo namorado com mais de 60 socos dentro do elevador de um condomínio no bairro de Ponta Negra, zona sul de Natal (RN), passará por cirurgia de reconstrução da face nesta sexta-feira (1º) no, Hospital Universitário Onofre Lopes.
No laudo médico do Hospital Walfredo Gurgel, onde foi atendida, consta que a vítima tinha fraturas na face e na mandíbula.
A informação foi confirmada pela equipe de defesa da mulher, constituída pelas advogadas Renata Araújo Soares e Caroline Mafra.
O ataque aconteceu no último sábado (26) e foi gravado por uma câmera de segurança do edifício. O vídeo mostra o momento em que o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, 29, desfere um primeiro soco na mulher. Ela cai no canto do elevador, e ele começa uma sequência de golpes.
O vídeo mostra que são ao menos 35 segundos com o rapaz desferindo socos na vítima sem parar. Após o ataque, a vítima se levanta com o rosto todo ensanguentado, a porta do elevador se abre e ela sai cambaleando. O agressor ajeita o chinelo no pé e sai na sequência.
Segundo a Polícia Civil, foram mais de 60 socos. A prisão em flagrante foi convertida para preventiva (sem prazo). A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Igor. Ele disse, em depoimento, que sofreu um "surto claustrofóbico".
À Folha de S.Paulo a promotora de vendas Juliana Garcia dos Santos Soares, 35, relatou que as discussões foram iniciadas por causa de ciúme após Igor ter visto, no celular dela, mensagens em que ela se comunicava com um amigo dele.
Ela também disse que ele já havia apresentado comportamentos agressivos anteriormente. O relacionamento durava dois anos, entre "muitas idas e vindas".
"Ele não gostou. Jogou meu celular na piscina porque queria mostrar a um amigo que estava conosco. Eu saí de perto para evitar o conflito. Ele foi para o meu bloco, subiu para pegar as coisas dele e eu subi pelo outro elevador para encontrar ele lá. Quando subimos, eu o notei agressivo", iniciou ela.
Ela conversou com a reportagem por mensagem de texto, pois estava com a dicção comprometida pelas lesões.
"Eu não quis sair do elevador porque achei que ele fosse me agredir e, no corredor, não tem câmeras. Ele queria me convencer a sair de lá. Foi aí que ele disse que eu ia morrer e começou a me bater sem parar", complementou.
"Estão planejando bem direitinho. Vai dar tudo certo", resumiu sobre a cirurgia.
De acordo com a delegada Victoria Lisboa, da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) da zona leste, oeste e sul da Polícia Civil do estado, Igor já tinha empurrado Juliana e incentivava que ela cometesse suicídio.
"Ela informou que nunca solicitou medida protetiva contra ele. No formulário, ela informou que havia sido agredida com empurrão e que em outras ocasiões ela conversava com ele sobre a possibilidade de se matar e ele incentivava ela a tomar essa atitude atitude. O grau de violência psicológica que ela sofria era muito grande", informou a delegada.
Segundo ela, a vítima relatou que estava com o psicológico abalado e havia esse incentivo. Essa circunstância ainda continuará sendo apurada, já que pode configurar novo crime. O caso é tratado como tentativa de feminicídio.
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