Médico sobrevivente não foi baleado mais vezes porque arma de atirador travou
Informação é de um investigador da polícia, que chegou à conclusão após a análise de diferentes imagens de câmeras de segurança
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O médico que sobreviveu ao ataque a tiros ocorrido na madrugada desta quinta (5), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, não foi atingido por mais tiros porque a arma do atirador travou, afirmou um investigador à reportagem.
A conclusão ocorreu após a análise de diferentes imagens de câmeras de segurança. Daniel Proença, 32, foi transferido para uma unidade particular de saúde, após passar por dez horas de cirurgia no Hospital Municipal Lourenço Jorge, também na Barra. Ele publicou um vídeo em uma rede social.
"Pessoal, to bem viu, tá tudo tranquilo, graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa junto. Valeu pela preocupação, obrigado", diz Daniel.
Proença teria sofrido 24 perfurações no corpo, de entrada e saída de projéteis, sendo um retirado em cirurgia, de acordo com informações de pessoas ligadas ao hospital. Um outro projétil continua alojado próximo do ombro. As lesões se concentraram nas pernas e no tronco do médico, além de mãos.
Nesta sexta (6), exames periciais confirmaram a identidade de dois corpos que foram deixados na madrugada em carros. Os corpos, segundo denúncia à polícia, seriam de suspeitos de atirar contra o grupo de ortopedistas.
Entre os identificados está Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Nunes de Almeida. Suas identificações ocorreram por intermédio de exames de impressão digital. A polícia descartou que os outros corpos sejam de foragidos que atendem pelos apelidos de BMW e Preto Foso. A identidade dos outros dois corpos encontrados ainda está em análise.
De acordo com investigadores, os cadáveres dos suspeitos estavam em dois pontos distintos da zona oeste. Na Gardênia Azul, havia um corpo no porta-malas de um carro, já nas proximidades do centro de convenções Riocentro. Outros três estavam em outro veículo.
A polícia apura se eles foram mortos porque teriam confundido o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, 33, com Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado pelo Ministério Público estadual de integrar a milícia de Rio das Pedras. Milicianos são criminosos que exploram o comércio local e cobram taxas de segurança ilegais, sob coação.
Além da fisionomia semelhante, Taillon mora em um apartamento localizado a 220 metros do quiosque Nana 2, onde ocorreu o crime, na orla da Barra da Tijuca. Ele conseguiu liberdade condicional no dia 26 de setembro.
Também foram mortos no ataque Marcos de Andrade Corsato, 62, e Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL). Cada um deles foi alvejado por ao menos quatro tiros.
Após o crime contra os médicos, os atiradores teriam se refugiado em áreas do Comando Vermelho. Em redes sociais, chegaram a postar que Taillon, que ganhou liberdade condicional há dez dias, havia sido morto. As postagens foram apagadas em seguida.
Imagens de câmeras obtidas pela polícia mostram o veículo utilizado pelos criminosos em uma área próxima a Cidade de Deus, na zona oeste. Eles dizem acreditar que essa tenha sido a primeira parada dos suspeitos.
O CRIME
O crime aconteceu por volta da 1h, em frente ao Windsor Hotel, área nobre do bairro. Toda a ação durou exatos 27 segundos e foi registrada por câmeras de segurança.
No vídeo, os quatro médicos aparecem sentados em uma mesa do quiosque quando três homens, vestidos com roupas pretas, descem de um carro branco parado do outro lado da via e começam a atirar no grupo.
Após balearem os quatro ocupantes da mesa, os criminosos voltam correndo para o veículo e vão embora sem roubar nada.
As imagens mostram também que outros clientes do quiosque testemunharam o ataque e saíram correndo para não serem feridos.
Uma testemunha que estava no quiosque e prestou depoimento afirmou que não houve anúncio de assalto antes dos disparos.
Os celulares dos médicos foram apreendidos e irão passar por perícia. Não foi divulgado se algum deles tinha sofrido alguma ameaça.
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