Mãe de Isabella Nardoni se manifesta após soltura de Anna Carolina Jatobá
"Se minha filha não volta para casa, eles também não deveriam voltar", afirmou
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Ana Carolina Oliveira, 39, dirigia quando, na noite da última terça (20), soube da soltura de Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte de sua filha, Isabella Nardoni, 5, em março de 2008.
Oliveira conta que, abalada, parou o veículo e demorou para retomar a consciência.
"Sabia que esse dia chegaria, só não que tão rápido. Nunca estamos preparados para isso, né? Senti tristeza. Muita Tristeza", disse Oliveira. "Se minha filha não volta para casa, eles [os condenados] também não deveriam voltar", acrescentou.
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Alexandre Nardoni, pai da menina, também foi considerado culpado pelo crime. Isabella foi asfixiada e jogada do sexto andar do prédio onde o pai morava com Jatobá, na zona norte de São Paulo. O casal foi condenado em 2010 por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por alterar a cena do crime).
Condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão pelo assassinato -e depois a mais oito meses pelo crime de fraude processual-, Nardoni hoje cumpre pena no regime semiaberto, na Ala de Progressão da Penitenciária 2 de Tremembé, no Vale do Paraíba.
Jatobá foi sentenciada a 26 anos e oito meses de detenção e, posteriormente, a mais oito meses pela fraude processual. Ela cumpria pena na Penitenciária Feminina 1 de Tremembé e desde terça está em regime aberto, podendo trabalhar durante o dia e recolher-se em abrigo para presos com baixo grau de periculosidade à noite.
Na sentença, o juiz Maurício Fossen afirmou que o crime contou com a "presença de uma frieza emocional e uma insensibilidade acentuada por parte dos réus".
CASO ISABELLA NARDONI
Era final da noite de 29 de março de 2008 quando Isabella Oliveira Nardoni, 5, foi encontrada caída no jardim do prédio no qual seu pai morava, em parada cardiorrespiratória. O Corpo de Bombeiros foi acionado e tentou reanimar a menina por 34 minutos, sem sucesso.
Nardoni e Jatobá foram levados ao 9º DP (Carandiru) para prestar depoimento. Isabella vivia com a mãe e visitava o pai esporadicamente.
Em depoimento, o pai afirmou que, naquela noite, chegou ao edifício de carro, com a mulher e os três filhos dormindo. Ele disse que levou Isabella para o apartamento, colocou a menina na cama e a deixou dormindo, com o abajur ligado, para voltar à garagem e ajudar a mulher a subir com os dois filhos do casal.
Conforme a versão de Nardoni, quando ele voltou ao apartamento, percebeu que a luz do quarto ao lado do de Isabella, onde dormiam os irmãos dela, estava acesa. Também notou que a grade de proteção da janela tinha um buraco e que a menina havia desaparecido. Disse ainda que, em seguida, percebeu que o corpo da menina estava no jardim.
Na ocasião, o pai disse suspeitar que a filha tivesse sido atirada do sexto andar por algum desafeto seu. Um pedreiro com quem Nardoni havia discutido cerca de um mês antes chegou a ser ouvido, mas o envolvimento dele no caso foi descartado.
Ao analisarem o corpo da menina, peritos do IML (Instituto Médico Legal) encontraram lesões incompatíveis com a queda. Surgiram, então, suspeitas de que Isabella tivesse sido agredida antes de cair da janela ou mesmo que ela não tivesse caído e que poderia ter sido deixada no jardim após espancada. A polícia então passou a investigar as hipóteses.
O delegado Calixto Calil Filho, responsável pela investigação no 9º DP, ouviu mais de dez pessoas antes de pedir que a mãe de Isabella prestasse depoimento. No dia 2 de abril, poucas horas após ouvir Ana Carolina Oliveira, o pedido de prisão temporária contra o pai e a madrasta da menina foi protocolado na Justiça de São Paulo.
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