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Brasil

Lula diz ter ido dormir inquieto com cavalo ilhado em cima de telhado no RS

Animal passou dias preso no telhado por causa de enchente


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Imagem ilustrativa da imagem Lula diz ter ido dormir inquieto com cavalo ilhado em cima de telhado no RS
Lula se solidarizou com situação de cavalo preso em telhado no RS |  Foto: Reprodução/X e Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (09) que foi dormir inquieto na noite da anterior, com a imagem do cavalo que estava ilhado no telhado de uma casa, em meio à inundação no Rio Grande do Sul.

O mandatário também acrescentou que seu governo vai "cavucar dinheiro" e que vai encontrar os recursos necessários para auxiliar o estado.

"O que vocês perceberam é que dentro das desgraças todas que temos falado nos últimos dias, eu ontem à noite fui dormir inquieto com a imagem de um cavalo em cima de um telhado. Ou seja, eu fico imaginando se aquele cavalo pensasse, como a gente imagina que são os pensamentos, o que aquele cavalo estava pensando sozinho, em cima do telhado", afirmou o presidente.

"Hoje eu fiquei sabendo que já salvaram o cavalo, conseguiram tirar o cavalo. Espero que ninguém monte naquele cavalo durante um bom tempo porque ele merece um bom descanso", completou.

Na manhã desta quinta-feira, após passar dias ilhado no telhado de uma casa em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, o cavalo —que na verdade é uma égua— foi resgatado pelas equipes de resgate, que chegaram ao local para retirar o animal em botes e barcos dos bombeiros.

Imagens transmitidas ao vivo pela TV Globo mostram o momento em que um grupo de socorristas sobe no telhado, usa um equipamento para amarrar o animal e o coloca no bote. O resgate coloca fim a uma história que mobilizou autoridades, artistas e influenciadores do país.

Lula participou de cerimônia no Palácio do Planalto para anúncio de medidas econômicas para a população atingida pela calamidade climática no Rio Grande do Sul.

Ele estava acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e de ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), que anunciou as medidas.

Durante o seu discurso, o presidente voltou a afirmar que não vão faltar recursos para a reconstrução do Rio Grande do Sul e que seu governo vai "cavucar" dinheiro e sempre vai encontrar os recursos necessários para ajudar o estado.

"Por último, eu queria dizer para vocês que a gente nunca tem todo dinheiro do mundo. E eu já disse três vezes: não faltará esforço desse governo, vamos tentar cavucar dinheiro onde tiver dinheiro. OLuís Roberto [presidente do STF] acabou de descobrir que tinha R$ 100 milhões lá e alguma coisinha na Justiça", afirmou o presidente da República.

Pouco antes de Lula falar, Barroso havia anunciado que o Supremo detectou R$ 100 milhões em relação a penas pecuniárias, recursos que já foram quase que integralmente transferidos para a Defesa Civil do Rio Grande do Sul.

"Se a gente ficar cavucando a gente vai encontrar os recursos necessários para a gente devolver a dignidade ao povo", completou.

O presidente também afirmou que a ajuda "não termina aqui".

"Eu tenho dito aos ministros que a gente tem que se preparar porque a gente vai ter o tamanho dos problemas quando a água abaixar e os rios voltarem à normalidade. A gente vai ver o que se perdeu em cada casa, em cada cidade, em cada igreja, em cada lugar. Vamos ter dimensão dos prejuízos dos trabalhadores, dos empresários, do grande, pequeno, médio, o que se perdeu de casa, geladeira, fogão, colchão, televisão", afirmou.

Lula também voltou a afirmar que vai percorrer o estado do Rio Grande do Sul, após a água baixar, e que vai se certificar de que "nenhum viés burocrático" atrapalhe a implementação das medidas anunciadas.

O presidente também acrescentou que seu governo vai anunciar um programa de restabelecimento de uma parte dos voos para o Rio Grande do Sul, envolvendo alguns aeroportos, como o de Canoas.

Lula também voltou a criticar os propagadores de fake news relacionadas com as enchentes no Rio Grande do Sul. Nesta semana, seu governo acionou a Polícia Federal e a AGU (Advocacia-Geral da União) para buscar responsabilizar quem divulga notícias falsas.

"Toda vez que tem uma desgraça em algum lugar o povo de manifesta. Obviamente que você tem do outro lado as pessoas torcendo para a desgraça aumentar. É só você ver a quantidade de fake news, a quantidade de provocações, de mentiras, de leviandades."

"Pessoas que não levam em conta sequer o sacrifício de gente que está trabalhando no Rio Grande do Sul, muitas vezes sem dormir duas ou três noites, e são ofendidos, são xingados, por, na verdade, uma quadrilha de malfeitores que estão tentando atrapalhar o sossego de quem quer trabalhar", completou.

Os estragos causados pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul deixaram mais de cem mortos e afetam cerca de 1,5 milhão de pessoas.

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