Laudo aponta hemorragia no pescoço como causa da morte de jovem atacado por leoa
De acordo com o relatório preliminar, o animal não ingeriu partes da vítima
O jovem Gerson de Melo Machado, 19, morreu por hemorragia causada por lesões de vasos do pescoço, segundo informou nesta terça-feira (2) o IPC (Instituto de Polícia Científica) da Paraíba.
O órgão afirmou que o laudo completo ainda não está concluído e que foi solicitado um exame toxicológico complementar, cujo resultado deve ser finalizado em até 45 dias.
O corpo de Gerson foi sepultado na tarde desta segunda-feira (1º) no Cemitério do Cristo, em João Pessoa.
Gerson invadiu o recinto de Leona, única leoa do zoológico, após escalar uma parede de mais de seis metros, ultrapassar grades de segurança e se pendurar numa árvore para alcançar a área interna. Imagens feitas por visitantes mostram o jovem ainda na árvore, quando é atacado na altura das pernas. Segundo a perícia, porém, os ferimentos fatais ocorreram na região do pescoço.
O corpo apresentava marcas de garras e mordidas, mas, de acordo com o relatório preliminar, o animal não ingeriu partes da vítima.
Gerson tinha deficiência intelectual, transtornos mentais e um histórico de vulnerabilidade desde a infância. Foi acompanhado de forma intermitente pelo conselho tutelar por quase uma década. Segundo profissionais que o acompanhavam, ele falava recorrentemente sobre "cuidar de leões na África".
Segundo o Parque Zoobotânico Arruda Câmara, Leona ficou "estressada e em choque" durante o ataque, mas respondeu aos comandos dos tratadores, voltou ao recinto sem necessidade de tranquilizantes e não deverá ser sacrificada. O animal segue em acompanhamento por equipes técnicas.
O zoológico, gerido pela Semam (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), permanece fechado para visitação enquanto as investigações continuam. Técnicos da Semam, da Polícia Civil, do Ibama, da Sudema, da guarda municipal e do conselho estadual de veterinária já estiveram no local.
Em nota, o parque afirmou que considera o episódio um "incidente absolutamente imprevisível" e disse que todos os órgãos envolvidos trabalham "para garantir transparência, segurança e os encaminhamentos necessários".
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