Homem é avisado sobre transplante enquanto fazia trilha e é levado de helicóptero
Ele estava há nove anos na fila de espera por um transplante de rim
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Um homem que estava há nove anos na fila de espera por um transplante de rim recebeu no sábado, 23, a notificação de que finalmente havia aparecido um órgão compatível. O problema: naquele momento, ele estava percorrendo uma trilha pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na região serrana no Rio de Janeiro, a mais de 2,2 mil metros de altitude.
A descida por uma região de difícil acesso e o deslocamento para a Santa Casa de Juiz de Fora (MG), onde o rim estava a sua espera, poderiam demandar tempo demais e inviabilizar o transplante. Foi aí que apareceu o Corpo de Bombeiros do Rio (CBMERJ).
"Começou ali uma corrida contra o tempo. O paciente estava em uma área remota e precisava chegar no hospital em, no máximo, três horas. Não daria para retornar a pé", explicou o coronel Leandro Monteiro, que é secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ. "Assim que fomos acionados em apoio, mobilizamos todos os esforços para cumprir a missão. Cerca de 10 militares e duas aeronaves foram empenhados no salvamento."
As condições climáticas a 7,5 mil pés de altitude, numa região de bastante vento, dificultaram a operação de resgate com o helicóptero, mas no fim deu tudo certo. O paciente, Ricardo Medeiros de Oliveira, de 48 anos, foi retirado da trilha da Pedra do Sino, que fica entre Petrópolis e Teresópolis, e levado até Juiz de Fora em menos de duas horas. O transplante foi realizado e Oliveira se recupera da cirurgia.
"Foi uma ação desafiadora devido às condições climáticas instáveis na região e à localização da vítima, mas estávamos determinados, como sempre, a fazer o impossível, com toda a dedicação, para superar os obstáculos em prol da vida", declarou a coronel Rachel Lopes, comandante do Grupamento de Operações Aéreas do CBMERJ.
Quem pode doar órgãos
Não há nenhum tipo de burocracia para as pessoas que desejam ser doadoras de órgãos. A doação precisa ser consentida, mas não é mais preciso incluir a informação em qualquer documento ou fazer registro em cartório; basta comunicar a família sobre esse desejo.
No caso de pessoas falecidas que não tenham feito a comunicação prévia, a autorização para doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco.
Os órgãos doados são encaminhados a pacientes que precisam de um transplante e estão aguardando em uma lista de espera. A lista é única, organizada por Estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Apesar disso, é importante ressaltar que a ordem cronológica não é o único critério de desempate da lista de espera. A gravidade da situação do paciente (se há risco de morte iminente), a compatibilidade entre doador e receptor (tipo sanguíneo, peso e altura) e também a localização (doador e receptor precisam estar no máximo a quatro horas de distância) também são considerados.
Veja o vídeo do momento do resgate:
VIVA O SUS! 😍
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) September 25, 2023
Imagina você estar fazendo uma trilha e um helicóptero aparecer para dizer que chegou sua vez na fila de transplante de orgãos? Foi isso que aconteceu!
Os bombeiros resgataram Ricardo de Oliveira no alto da Serra dos Orgãos para levá-lo até Juiz de Fora para… pic.twitter.com/6zn6zqZqKA
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