Hacker diz à PF que áudio comprova promessa de Zambelli para pagá-lo
Essa é a segunda vez que Delgatti depõe à Polícia Federal nesta semana
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Em depoimento de duas horas à Polícia Federal nesta sexta-feira (18), o programador Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, reiterou que a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planejou forjar a invasão de uma urna eletrônica na campanha de 2022.
Ele também apresentou, segundo o seu advogado, Ariovaldo Moreira, um áudio com o que seriam promessas de pagamento feitas por uma assessora da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
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À CPI do 8/1, um dia antes, Delgatti havia dito que recebeu um pedido de Zambelli, no ano passado, para invadir uma urna eletrônica.
Em junho, ele também confessou que invadiu os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inseriu um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes (STF) assinado pelo próprio ministro. O programador também disse que recebeu um pedido de Zambelli, no ano passado, para invadir uma urna eletrônica.
Essa é a segunda vez que ele depõe à Polícia Federal nesta semana. Na quarta (16), Delgatti disse que recebeu R$ 40 mil de Zambelli para invadir qualquer sistema do Poder Judiciário.
"O Walter simplesmente reiterou tudo o que foi dito ontem. E as provas? O Walter apresentou ao delegado o caminho das provas", afirmou Ariovaldo nesta sexta, na saída da sede da Polícia Federal, em Brasília, após o depoimento.
Segundo o advogado, Walter Delgatti não havia afirmado a respeito do suposto telefonema com Bolsonaro no depoimento anterior "porque a autoridade policial entendeu que não era relevante nesse inquérito que investiga a invasão do CNJ".
Ariovaldo disse que hoje ele lembrou o nome da assessora de Zambelli que o enviou o áudio com promessas de pagamento e que ele apresentou o material ao delegado da investigação.
Delgatti, que ganhou projeção por ter invadido contas de Telegram de procuradores da Lava Jato em 2019, disse à CPI que levou o plano sobre urnas eletrônicas a Bolsonaro durante reunião no Palácio da Alvorada, em 10 de agosto do ano passado, portanto já no período da campanha.
O ex-presidente então teria pedido para o hacker que conversasse com técnicos do Ministério da Defesa sobre o sistema eleitoral. "Ele [Bolsonaro] também pediu que eu fizesse o que eu havia dito sobre o 7 de Setembro", disse o programador à CPI.
Sobre o grampo relacionado a Moraes, o hacker disse: "Ele [Bolsonaro] disse que o grampo fora realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade, não tive acesso a ele".
Procurada, o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, disse que irá esperar ter acesso ao material no inquérito para comentar.
Nesta quinta, após o depoimento à CPI, ele disse que Delgatti "usa e abusa de fantasias em suas palavras". Ele negou participação da deputada em irregularidades.
"Suas versões mudam com os dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade", disse Bialski. O advogado disse que a defesa de Zambelli ainda não teve acesso aos autos da investigação.
Fabio Wajngarten, um dos advogados de Bolsonaro, negou nas redes sociais a existência de grampo contra Moraes.
"NUNCA, JAMAIS, houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente. Mente e mente e mente", escreveu Wajngarten.
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